sexta-feira, 28 de abril de 2017

Entre canções

Como o silêncio entre uma musica outra
solte de tudo que te prende
acomode em teus braços o que não se ouve
quem chega e não pode sequer perdoar
o que esse tempo nos causou
a morte que ocupa as espaços
das coisas velhas que deixou
meu temor ainda dorme no caminho
da parte que se quebrou 
das sombras que deixou
a arvore que secou
meus dedos buscam o nada
na cama onde dormiu
na mente onde viveu
no coração que esvaziou
Nenhum outro se igualou
do tanto que perdi
do que não recuperei
do choro que rolou
e dos quilos que ganhei
nada resta do que fui
a não ser o que te escrevo
pois palavras duram mais
que aqueles sentimentos.

Suspiro

Busco no ar o que me falta
Puxo, repuxo, retento, desisto
O que busco não se acha ,
O que tenho não se basta
Sonho com flores e acordo com migalhas
de pão amanhecido e esverdeado
O sopro de pó que norteia o insensato
faço parte disso e assumo
canto sozinho e não mudo
peço ao infinito um fim de tudo
respiro o que sobra e me seguro
que não tarde a se acabar
o meu futuro.