segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A cura

Sou o que só fica
Dentre todos, o que se habilita
O caso perdido do caos
A forma brutra que necessita
Sombras que cercam o Vinhedo
O calar da memória perdida
Quem vive fora do tempo
A sobra de vida contida
Parte de um todo anulado
Corpo que vaga em pedaços
Metáfora de mim mesmo
Ruína jamais descrita
Junto ao tempo inimigo
Cansado de voar sem ter asas
Na espera de flores sortidas
Na cama onde sempre deitado
Forte aparência de glória
Inerte porém sem sucesso
Aqui nas doses de trauma
Julgado por si condenado
Levando o sorriso escondido
Vivendo em um mundo nublado
Na busca do prêmio esperado
Com longos espaços fechados
Mas como já fiz o ditado
Melhor quente que na chuva molhado
Na missão de achar significado
Para uma vida sem grandes achados
Mas a fé nunca morre de fato
E quem sabe me encontro guardado
E reciclo o que tenho esperado
Sem um pingo do meu eu já a amargo
Na esperança do doce doado
Entre sonhos de um corpo curado.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Novidade

De novo o novo
Uma fresta na porta
Seguir em frente
Começar novamente
Um sopro de vida
Marcado por dúvidas
Será que será
Um bom porto a parar
Ganho de brinde o momento
O final de uma era
Não se sabe porquê
Mas temos cautela
Um aperto no peito
E um abraço apertado
Sobra esperança
E regalo meus passos.

sábado, 17 de novembro de 2018

Re-renovar

Quando sai o antigo 
o novo vem
a parede cai
o sonho volta
eis que tenho 
eis que acordo
volta e meia
mas não volta
nem eu quero
que permaneça
que se vá
que não volte
cale a boca
e a mente sofre
mas mente volta
e corpo morre.

Ambíguo

Nada se sabe a respeito, o tempo se cala
Ha quem diga que é, ha quem não fala
Acompanhante da duvida, amante de todos
quis vencer a batalha escapou por pouco
pois se fica entre dois, não se vence nem perde
Se acumula de quases, se amargura em talvezes
Nunca será de fato, nem foi por completo
Ou quem sabe é tudo e a soma das partes
Será sorte, azar ou um pouco de cada
Faz de conta que tem vários e no fim não é nada
De efeito e palavra se acaba sem proza
se enfeita de flores e morre na roda
sem saber o que era ou se foi outrora
Mas se fazem de forte e resistem por hora.

Duvida

Tem horas ela chega
faz o caos, diz que sim 
passa tempo diz que não
queima a cuca ferve a mente
nos deixa a mercê do acaso
nos provoca a sermos o melhor e o pior
foi como balão de ar quente
voa longe sem saber como segurar
e estoura ao pegar
não cabe nas mãos 
não saber ser total
e em seu lado inocente
acaba sendo fatal.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Mar

Queria mar, sol, areia
Pés no chão, salgar a pele
Amor e paixão, beijos
Um sopro de brisa e desejo
Fuga interna do medo
De nunca sair do lugar
Topo da vista, coqueiro
Água gelada de mar
Vem sonho da noite
cobrir esse breu que entro
afasta o partido da morte 
e faça de mim um festeiro.


Futuro

Fecho os olhos e vejo a noite
Vejo o escuro e a calma
a paz dos céus sobre a cama
sonho acordado por nós dois
finjo que realizo por nós dois
São tantas palavras para esquecer
O que já foi pedra e rocha
calor da mente e sombra
Dança dos pássaros livres
Alçam voo e plainam
Ir de quem sabe um da
para construir nossa casa
do barro que o mundo dá
e deixa de ser plano 
e passa a ser vida.

sábado, 3 de novembro de 2018

A falta que me faz

A falta que você faz
É o carinho que não tenho
É o beijo que se afasta
Como um sonho ao acordar
É a falta que tu faz
Num abraço esquecido
Na minha cama meio cheia
No clarim do estopim
É a falta da presença
Do seu toque, da sua pele
Da minha preguiça do seu lado
Do meu sono ao teu velado
É a falta que você faz
Queira o tempo se transpor
Queira o mundo contrapor
Vou matar toda saudade
O mais rápido possível for
Para acabar de uma vez
Com essa falta que me faz.