domingo, 16 de fevereiro de 2020

Bonde das coisas

Enquanto um lado pender 
Me verá meio torto e sem rumo
No caso de antes me ferir
Eu sangro em meu dedos abertos
Não conta nada a meus pais
Nem chore em cima da caixa
Me embrulhe em cetim azul claro
Me jogue nas pedras da ladeira
Caminhe em estradas furtivas
Floresça no campo pelado
No seio da alma pequena
Um mundo jamais explorado.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

logo alí

Sendo assim, então irei
Nas casas de quem sabe 
Em horas impróprias
Caindo em si
Focado em ser
Mais tem que ter
Achando o próximo
Fechado na sua
Nem se fosse
Ainda fico

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Nó desfeito

Ocasionalmente o que se formou 
Nós vem na tarde longa e outra hora
Saem por entre as duas e não retorna
Já foi, caiu, amadureceu. Apodreceu.
Nem somos o que éramos nem o queria
Um conta nada óbvia e sem medidas
Se então ainda vemos 
Se olhares ainda temos
A memória que visitamos
O véu que tampa a vista
Pro doloroso incabado
Em risos fáceis a luz retoma
Nós que ainda vivemos nela
Como antes e por quem era
A velha e mesma de outrora
Ficando atrás mesmo partida
E hoje sobra dentro apenas
O fim mais justo da história.