terça-feira, 28 de março de 2017

Botãnica

Passo atras diante do que não se vê
Contido, arredio do que é novo
Preso por medos secos
Que tal arvore, com suas raízes
Passou por tormentas que tudo levaram
mesmo fogo, mesmo água
Coisa que vive, coisa que mata
Cuidado negado por todos os lados
Raiz que não muda
Muda que surge
Cresce e aparece
Ressurge.
Não morre de velha,
Reviva.
Contempla teu sol,
Renasça.
Brilha em teu verde,
Reluza.
Brote em teus sonhos,
Teus frutos.
Tuas flores.
Ocupe as espaços
Erga teus braços, teus galhos.
Se apronte pra outra.
Arvore grande se vê no horizonte,
E haverá quem te use e roube tuas ramas,
Como também quem te adube 
te abrace,
e te ame.

Seguir

Não sabemos do fim,
Paramos no inicio do meio
e tentamos seguir
São tantos sonhos no espaço
esperança de um amanhecer tranquilo
cabe a nós esquecer e seguir
Nesses pulos constantes
com flores e instantes
belos e pacíficos
pobres e sombrios
arde e segura
como dizia quem segue
e vai por ir
que todos chegamos
Quem foi por escolha.
Quem parte na encolha
e sai por ai
sem rumo, sem medo
e segue,
e fim.

domingo, 26 de março de 2017

Desejos, sonhos e acordes.

Querer, e não mais que querer
como quem quer todos os dias um café
como quem dança ao mexer os pés
e um tanto quieto quem resolve pensar.
Um tema simples, sobre ter e não acreditar
desenrolar sem ao menos dar nó
rabiscar sobre círculos e não se borrar
Cabe ao desejo se realizar, simples assim?
Sem antes chorar, sem ter que pedir
sem joelhos no milho e o figado ruir
Não dá pra crer quando o corpo revela
o tremor das pernas e o arrepio na nuca
o solo do artista que atinge a loucura
Notas de alegria já não mais amargura
Da pra sorrir sem ao menos se ver
Nos olhos fechados, no fundo do ser
mais dentro que e explicito 
mais de simples figuras
Sonhei com essa musica,
acordei com a melodia deitada na cama.
Transcrevo os acordes
pra marcar mundo afora
pro tempo não se perder
dos sonhos de outrora
pra  jamais esquecer

sexta-feira, 10 de março de 2017

Borboleta

De longe ela veio
Nunca soube do tempo
Dos traumas e lutas
Quis vê-la como arte
e num instante ela parte
No tempo que fica
Na hora que para
Observa e admira
a beleza que espalha
Não sabe o que vem
Transformou o que era
É bela
É parte dela
É passado e não nega
Como posso julga-la,
sem estar dentro dela?
Fica, não vai, espera...
Não posso prende-la
Não posso conte-la
Deixe que fique
o tempo decide
Ela decide.
Se vem a minha porta
Se pousa em meus dedos
Como o amor que procuro
E voa com o vento
Olho, aproveito e a deixo partir.