quarta-feira, 25 de novembro de 2020

sem paciência pra explicar

Tem como horas um propósito
Foi meu tempo de olhar e talvez vez ver
Não como antes, nem sem poder
Um drama no sábado a noite
Ontem mesmo eramos loucos
Caia sempre a mesma pose
O doce linguajar de quem engana
Tem um jeito de trocar enquanto isso
Mais que frases mal formadas
Por estrelas tão cadentes
Fura tudo o que toca
Queima tudo em sua frente
Feriado que pensei estar cancelado 
Ou até mesmo já comprometido
Ainda cai no dia errado
Desperdício em meia a falta
Como amores de domingo

sábado, 31 de outubro de 2020

Dogma

Existe dor em cada canto da casa
Recordação do pior de tudo
Francamente nem resisto
Mesmo quando é de mentira
Como um poema que não rima
Ou uma parte que não queima
Nesse dia que não chega
Meu momento de tristeza
O óbvio mesmo é voltar
Calmo entendo o contexto
Florescer de forma drástica
Ou morrer em solo fértil
Não tem tempo pra escolha
Mas pensamos estar certos
E fingimos não sofrer

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Tortura

Dizem que passa  
Ou que não dura
A vacina ou a cura
A dor que segura
Não sei explicar
Na época de agora
Por mim ou por nós
Queria chorar
Sentir novamente
Um sopro que seja
Porém e apesar
Jogado aqui fora
Marcando a derrota
Reprisando a desgraça
Como se fosse mentira
Queimando as cinzas
Morrendo e morrendo
Sem fim ou respeito
Levado ao vento
Perdido em si mesmo

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Sem dó

Nem teve nós
Pra isso acabar
Não daquele um
Do que parte em dois
Sem repartir
Ou entortar
Doeu igual
Melhor seria
Rachar inteiro


domingo, 11 de outubro de 2020

Inesquecível

Foi como se um passo para frente
Nunca tivesse falado
Um trago no tempo que estive lá
Na sombra da luz que pisca
O mesmo tom irritante
Nem mesmo pela sobras
Ou tão pouco com segredos
O fim se foi
O começo é todo dia
A dor que levo não se mede
A força que tenho não se usa
Para bem ou não
Tanto faz os dias que se foram
Não tem nada pra se ver
As cores não mudam
Os olhos não mentem 
E o que se faz não se jura
A gente que não tem nada
E eles que jamais terão
Nem sempre esteve
Mas nunca mais será

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Experiência

O tempo tem me visto parado
Como quando fomos juntos tentar
Não faço mais questão ou partido
Todo tropeço veio seguido
Sorte por doses tomado
Forjado ou fingido, eu nem acho
Ontem mesmo sabia disso
nada combina com meu humor
Foi quando perdi o sentido
Meu caro, nem sonha com isso
Não marquei meu desejo escondido
Tão tolo, ainda espero o contraste
Não julgo ou me julgo em três partes
Caí no reflexo dos dias
Mas torço por nada existir
E que a minha sombra ilumine
Os caminhos a seguir

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Cantiga

Antes mesmo de hoje
Havíamos visto o que existe
Temos ciência do erro e persistimos
Fazemos o ciclo sem por instinto
O novo tá lá esperando o motivo
O mesmo não vê mais a hora de partir
Nem quanto o tempo restaura o antigo
Ou no vão que ficou ente ontem e sempre
Meu anjo nem sabe se tem culpa
Meu sonho virou um vício doído
O cravo nem briga, nem espera
A rosa existe apenas na ficção
A dor virou rotina 
E as portas e janelas
Eram metáforas
Prum destino que não vai vir
Me despedaço e ainda ferido
Não acredito em nada mais

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Quase

Dentre tudo que de mal existe
Ainda não bastasse o que o mundo dá
O que trago equivocado e torto
Meu eu que não se basta em afundar
O caos em forma de bem estar 
No mais, apenas outro entretanto
Sem nenhum pudor romântico
Se funde ao pior que possa imaginar
Nem quem é sabe o que é
Eis que o dia acaba preso
A dor do julgamento falho
Escorre a forma de sentir
Mais medo que força de vontade
Um sopro e volto a desistir

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Em breve

Já que o óbvio virou moda
Quantas vezes esbarramos na parede
Rancar a pele de partes frágeis 
Algo momentâneo e subjugado
Como seguir com tal bloqueio
Quando o resto enibe a força 
Talvez meu ponto distorcido
O olhar viciado em drama
Fácil e vulgal de toda noite
Ou tarde que seja
Ou sejamos a ferpa
Que precede a essência
E refaz a tragédia
Mas em instantes decipa 
E ressoa na minha boca
E some em seguida

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Nem vi

Dia desses percebi
Eu evolui como um jogo
O nível que devia
Não tão abaixo do correto
Perdido que nem achei
Não sonhei com esse assunto
Mas foi onde cheguei
Pois onde andei 
Fez trato com não sei quem
Me deixei como assim
Um nobre irmão do céu
Um inédito passe de alegria
Mas não funciona
O meu desejo é ir almoçar
Correr domingo cedo 
E nunca serei muito grato
Em ter o selo de garantia
O dobro das vezes que caí 
A cor dos dedos ao sangrar 
A dor que sinto em tentar
O medo que o erro traz
Ainda semeio dia calmos
E construo ruas sem saída
Como flores na partida
E beijo o mesmo chão fedido

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Idealização

Existe um pouco em mim
Que clama aos poucos
Faz a dose mal preparada
Os caminhos retorcidos 
Meu querido inexistente
Dos olhos que não vejo
Te desejo e não conheço 
Nem no toque  que me intriga
Ou do beijo imaginado 
Um amor que não existe
Os dias que ficaram 
Sombras do que podia
Espelho do que viria
Ansiedade pré concebida
E um fim que se irradia
Pela mente do confuso
Ou nos sonhos de cada dia

sábado, 29 de agosto de 2020

persistência

Como um poema incompleto
De um qualquer da rua
Deuses que gostaria de acreditar
Sentimentos que queria que existissem 
As palavras ditas a noite
Jamais se cumprem no dia 
Nossos planos perfeitos
Pessoas mal feitas
Dores reais
Mesmo que a rima voltasse
Os olhos dele mudaram 
No fim a busca continua
Coisa que falta e fala
Não será contigo e sabia
Me julga no máximo igual
Impróprio pro consumo
Violento desejo torto
Que mata as verdades da alma
E desperta o pior do coração

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Outro de amor

Mesmo que tenha dito antes
Ainda que eu fosse perfeito
Ainda seria um erro pertencer
Por tantas vezes desmentiu 
Do beijo que mentiu
O corpo que não mente
Foi a dor em mim que te amou
Tentei querer até às vezes
Mas canto em vão essa canção 
O amor não concretizado
Existe ainda que por acaso
Siga em frente ou pela curva
Sobreviva aos detalhes
Eu não sinto mais o perfume
Nem mesmo em ti
Tente não repetir o show
O drama te retém comigo
E amar já nem faz sentido

Miséria

Enfim, onde está a força
Difícil se privar pela manhã
Fazer meados de coisa nenhuma
Viver na medida errada do mundo
Essa luta que não muda
E as dores do reforço
Não tão longe de um fim
Mesmo sendo a cara torta
Queria eu ter dito a ele 
Na saída, no ouvido, na sua mente
Terça era feita pra mentir
Corre para trás como foi ontem
E troca a coisa toda pelo mesmo
Um lixo reciclado e recriando
Podemos marcar mas não fugir
A noite cai pra todos igualmente
E a manhã nunca vem pra acalmar

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Formas

A questão do tempo é que ele passa
Faz o agora parecer igual
O presente não servir 
Como quando troco por meias
Metades e fragmentos
Um todo que nunca é suficiente
Um beijo que não regula 
Sobre dobras e vincos
Não fiz nada sobre isso
Mas eu vi os detalhes
Forma de garantir
Um processo detalhado
Força meio desnecessária
O lance que tivemos 
E dores moídas
Meu coma perdido 
Nem que pudesse ficar
A mais pura das verdades
Dengoso por derrota
E justo por memória

domingo, 16 de agosto de 2020

Desaniversário

Joguei na sorte e ouvi das cartas
Seria mais do que já fui
Destreza vem e vai num momento
Por contas que se acumulam no sobrado
Foi quem viu em meio a nuvem 
O mal olhado do julgado 
Compro ainda por costume 
Vivo em doses de centavos 
Nem sei mais pra onde correr
O passado foi mudado
Como quando eu desisti 
Ou no ano inteiro apagado 
Só cabe a ele resolver
Dar margem ao lado todo errado
Cair em cima da areia
Soprar velinhas ao contrário

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

sonhei

As vezes a falta de, ou mesmo a pressão
O colorido das tardes que não mudam
E meus desejos esmagados pelo sol

Fonte de tristeza e harmonia
Um som mal dado pelas cordas
E a dor das horas pouco usadas

As mesmas dores se comprimem
Como forças inerentes ao meu ser
Enfim marcando seu propósito

Nem que eu, ser que conta
Horas vivem na sombra das vistas
Não se movem como deveriam

Mas me faço companhia
Só que não me respondeu
Fui dormir e acordei agora

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Fonte de tudo

Depois, quando tudo acaba
Sabemos quem fomos 
E das fraquezas que temos 
A possibilidade inesgotável
Um destino miserável
A repetição por rotina 
Sem medida ou propósito
Um caminho escolhido
Um renorto aguardado
Mas sem querer desistimos 
No início da pista
No ardor da corrida
Contando os buracos 
Sem pensar mais um pouco
Empresto meus olhos 
E um pouco do senso 
O que falta em caráter
Mas sobra em desprezo

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Moribundo

Foi assim, apenas o mesmo 
Não precisa entrar pela porta
Nem sempre esteve fora
São milhões de incógnitas desnecessárias
Se parte de mim for assim
Que a a obra seja feita
A cicatriz não dói tanto quanto a cura
O pior de quem nem vê o mundo
Capacidade infinita e disposição nula
Caminha assim os dias
Das coisas que não faço
Do projeto inacabado 
E falta de propósito
Sente se enfim
E veja o ato final 
Desfecho como todos
Apenas um descaso

sábado, 8 de agosto de 2020

Ponto de vista

Pense em um lugar lindo
Veja tudo que te agrada
Perceba que tudo é fútil
Refaça a si mesmo
Me veja no espelho 
Recuse imitações enfadonhas
Meus dedos ainda fazem bem
Tanto quanto foi um devaneio
O meu desejo fraturado
Joga damas com o meu medo
Fazendo parte de si mesmo
Corando partes de outros seres
Matando sonhos de outrora
Querendo força pra segurar
Mas não tentando se provar
Com doses fracas de agonia
E litros de álcool destilado
Tronco fácil de serrar
Semente impossível de brotar
Onde falta só o básico
Mas se farta de propósito

sexta-feira, 31 de julho de 2020

apenas

Como naquelas corridas
Assim que ficamos na margem
Um anão tentando alcançar
Um pedreiro na construção
Uma via que ninguém frequenta
Um sonho que todos temem
A flor que não plantei
A força que não tenho
E a felicidade que não busquei
Um plano sem fim
Uma forma de bolo
Que nem sei a receita
Um tolo na névoa
Uma mosca na sopa
Teu verdadeiro amor
A mentira perfeia
A dor verdadeira
A morte real
Não venha retrucar 
Eu não ouço vocês
Me adore até o fim
Mas me deixe por aí.
Sem fim nem meio
Apenas memória

terça-feira, 28 de julho de 2020

unilateral

Nós ainda estamos aqui
Quem foi já ficou por muito tempo
Não consigo admitir certos pontos 
Eu vi que era o queríamos 
Nas olhar na parede suja
Os desenhos refletiam nossa dor
O caso encerrado por pontes de pedra
Erguida com dores moídas
Em nome de algo que nunca será
O termo certo pra uma desculpa
Antes de ontem ainda era cedo
Meu suor nem é mais por isso
O circo das coisas que fomos
O projeto inacabado de três partes
A morte prematura da força
E o amor unilateral permanece

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Fogão

Eu vivi sete vidas pra estar aqui
Não dormi quando deveria
Nem sorri quando te vi
Eu passei por onde estaria
Fiz de tudo pra qualquer um
Mas no meu caso era outro
Nem que parasse com tudo
Ainda que nascesse de novo
Ainda seria, ainda sim tu veria
Parte de quem nunca reconheci
Um cara engomado, um fantoche
Nada foi mais que uma história sem fim
Corando por nada e morrendo por ti
Será que você ainda lembra de mim?
Um pouco de mais pra tentar desistir
Um sonho errado que insisto em fingir
Na cama e na lama foi nosso desafio
Mas aqui fico a esperar por verdade
A mesma que nunca tinha falado
Se quando eu pedi, eu pedi por favor
Desejos mal feitos que trazem amor
E junto contigo o pior dissabor
E mesmo ciente não pude driblar
O fogo que esquenta as vezes te queima
E o pedido inocente se torna uma chama
Que fere a pele e arde na cama.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Em casa

A ideia meio que entra pela janela
Um realce no meu brando comum
Só outro tijolo na mansão
Num desses eu acabo a obra
Antes agora que preciso mais
Porém não decorei
Santo seria aquele dia
Nas costas dele a intenção
Sei que não vê, que o campo é largo
As de antes me ignoram
E de agora nem me servem
Fui criado pra perder
Outro incômodo a se esquecer 
No momento exato é a ruína 
A mesma mão que te falei
Corta teu trauma em linhas retas
E se segura até depois
Não há quem julgue necessário
O findar da caminhada mal andada
Desistida por preguiça retraída
Como se fosse possível a retomada
Sem sair da sua sala.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Reprise

O desafio é ser claro, objetivo e desafiador
Caindo pelas beiras do seu ego
Afligir novamente e outra vez
Não sei quem vê ou mesmo lê
Queria eu ser como um ateu
Mas sou fiel em acreditar
Em por várias vezes não confiar
Nem mentir pra justificar
Mesmo quando eu não vejo
Manchando o fino branco
Por veias nem tão nobres
Antes de ser um só
Ser apenas completo
No meio da noite
Apenas era, mesmo que não
Me sonda em teu sonho
E foge pela manhã
Não sou alicerce pra tua vida
Nem no chão me prendi
Pra não viver em vão
No mesmo lugar de antes
Ou em lugar nenhum...

Espaço

Queria ser eu
Quem sorri por favor
O que não vê
Apenas mais um
Somente o ideal
Cair do mesmo lado 
Dia após dia
Mas não
Me fiz contrário 
Me ergui na dor
Sonhei por eras
Catei o milho
Sorri por hábito
Amei por amar
Mas não fui
Não deu
Tropeço no ritual
Te mando a foto igual
Mas sinto diferente
Compro a ideia
Mas sigo a regra
Nem tem tempo
Mas não discuto 
E sigo só
Por falta de olhos 
Que olham o vago
Que exite no vão
Entre o eu e o você.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Chegada

Me fale sobre o que você sente
Das coisas que ninguém vai saber
Conceitos de brisas não tão boas
As vezes em que fomos descobertos
Sonhos tão sem graça
Vidas meio em chamas
E flores que não murcham 
Sobre nossa sombra meio tênue
As mesas que sentamos
Cadeiras meio tortas
Então tá lá. O que esconde
O que sobra na minha cama
O mérito subjetivo
Que não é prometido
Mas chega na madruga
Come o que sobrou
Morde minha carne
Fere o ferido derrotado
Fonte da mania retrucada
Então que nem me digo
Sobre isso ou aquilo
Mato meu desejo fraturado
Sirvo meu desejo na bandeja
Use e se garanta por si só
Morra aos poucos a memória
Crie a maioria das feridas
Cure apenas as mentiras
Mas esqueça da vitória

terça-feira, 30 de junho de 2020

No meu caso

Aquele olhar meio de lado
Quase saindo do quarto
Nem passa na sua mente
A história da carochinha
O dia que era bom
As cores do girassol
Foi onde girou errado 
Mas negro que meu passado 
A rosa virou semente
A mentia sem nem florir
Brotava na mesa vargem
Sumia de manhãzinha
Nós mesmos estamos indo
Mas olhamos pro que interessa
Sem saber de fato se ama
Deseja ou proclama vitória honesta
Por algo que obviamente não presta

domingo, 28 de junho de 2020

Fluindo

E no começo era apenas querer
Agora nem sei se estou no final
São partes de tantas coisas que cortam
De antes, de hoje e de um dia que esqueci
Conto com a sorte e deixo pra lá
Mas vem toda tarde fazer o café
Meu olho nem vê mais o tempo passar
A cama molhada de tudo que odeio
Meu carma, meu sonho meu desejo 
Sobra mais dentro de mim que antes
Como chegar em casa essa hora
O teste não tem condições de fazer
Se agora é só eu, como ser novamente
Nem sei se poderia fingir tanto tempo
Não vejo sentido no beijo ou na pele
Tento querer e me perco totalmente
Quem será que perdeu esse jogo aí
Quem mente pra si e faz tudo fluir
Ou o mesmo que sinto por não mais sentir

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Linhas

Não, eu não sei 
Creio que nem faz diferença
A vontade que me guia é torta
A questão fundamental nem sei 
O quão grande posso deixar de ser ainda
Não tem sol quente que me esquente
O caminho nem existe mais
A morte já se foi
Como caminhar assim
Sem o meu pai
Mesmo que ele nunca veio ver
Ainda quero o seu nome
Mas nem sou o seu filho
Nem de ninguém
Já cresci e cantei essa música
Não canto mais
Mas nem era
Nem seria
Mas me veio aqui
E irei fugir
Na fenda que me cala

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Outro lá

Sempre que olho, me vejo ainda
Presente em meio agosto 
Feriado que não emenda
E faço coisas sem ver
E me chamo de canto
E refaço as minhas preces
E sigo por causa, de quem irei ser
De ontem então 
Agora que vejo
Não é bem, ao menos veio
Mas contam que não
E volto a correr
Mesmo que venhamos a ter
Que antes se pense em si
No mais, quem mais sabe 
O todo que o mundo me diz
E o eu que só eu sei
Me analiso sem perceber
Que entre esses que vejo
Só a em mim deve permanecer

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Olhares

Viemos até aqui, e olhamos o vago
Simples como se nunca tivesse sido
E estamos novamente indo
Caminhar nem é opção
Se somos feitos de glória
Iremos dançar sozinhos
Nunca tivemos a chance de falar
O seu tempo e o meu 
Nem cabe nessa sala
A luz sempre desfoca as imperfeições
Então cabe apenas a realidade
Feito ar que não vejo
A mesma coisa de sempre
Atrás dos olhos de quem vê
A verdade que ninguém enxerga
O medo sempre contagia
Mas o filtro mente por mim
Do lado fora é fácil 
Do lado impossível
Por dentro nem tento.

domingo, 10 de maio de 2020

Fazendo

Eu fui lá, mas voltei
Nas fotos do almoço que passou
Na memória que nem eu lembrava
Amor que fazia e trazia
Cantei a bola mas se fosse
Queria que tivesse, e saudades daqui
Gente que vai, fiquei lá atrás
Mas estamos e juntos ficamos
Mas eu vou lá e sozinho bebendo
Caindo de sono e vivendo novamente
Um pouco mais tarde e um dedo de conhaque.,

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Foi

Mais tarde, quando voltar
Me conta tudo e descreva
Seja breve mas tenha afeto
Eu não tenho vindo, de novo então
Mas fala tudo, me manda a foto
Queria um, quem sabe dois
Fiquei sabendo, mas não vejo nada
Meu caro amigo, meu caro amado
Eu não me vejo, mas não me calo
Vem cá meu dengo, vai lá de novo
Meu sonho era, meu anjo amargo

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Outro dia

E eu que não olho pra trás
Vi o horizonte se erguendo na cama
Fiz drama e tentei reclusão
Dei um trago e não vi opção
Caro hoje se desdobre em cima
Da Maria, do João, de Luiz
Certo amor que nem eu pediria
Fazendo o trono do antigo rei cair
Mesmo em horas de pavor e tristeza
Clareou o jardim do quintal
Fez de mim só mais imoral

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Midnight Star (Tradução)

Vem cá deixa eu fazer
Um outro stories com vc
Só mais um pra não esquecer
Já te esqueci!

Mas ninguém vai saber
Eu vou sofrer pra todos verem
Ganhar mais like que vc
E ninguém mais vai nem ouvir
Outro refrão

Meu nome vão compartilhar
Vou ser o pop, top, star!
Gavar vídeos ao acordar
Sempre feliz

Se encontrar outro pra aturar
Ser me reflexo popular
Fazer fotos dividindo  BK
Vou repetir!

segunda-feira, 30 de março de 2020

Amargo

Escorre a seiva por guela abaixo 
Sem provas ou certeza que coisa alguma
Percorre em meu peito a dor 
E desce ao meu lado e pesa as mãos

Furtivo sobre as telhas e seus gatos
Amáveis por ser livre e não domado
Meio que sobra a respiração
Falta o fôlego pra dizer não

Se antes a culpa era de qualquer um
Hoje a mágoa se basta em casa
As flores que existiam são agora traças
E as novidades se separam o dia todo

Canteiro morto de abril
Facilitando o seu velório
Como se fosse pra dormir

Nem sequer pestanejar
Ou se esquivar..
Sigo em rota repetida.

terça-feira, 24 de março de 2020

Quase lá...

Hoje, ainda sinto aquela falta
O rasgo da pele sempre aberto
E formas de fazer certo a coisa errada

Bolhas que refletem a face amarga
O dobro de zero ainda é nada
Mas tenho a noção do que me amarra

Segunda outra terça, talvez sábado
Mentir para quem sabe das tuas falhas
Um monte de desculpas na privada

Por mais que nao desista da batalha
O costume com as sombras no quarto
A memória de um futuro que não vem

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Bonde das coisas

Enquanto um lado pender 
Me verá meio torto e sem rumo
No caso de antes me ferir
Eu sangro em meu dedos abertos
Não conta nada a meus pais
Nem chore em cima da caixa
Me embrulhe em cetim azul claro
Me jogue nas pedras da ladeira
Caminhe em estradas furtivas
Floresça no campo pelado
No seio da alma pequena
Um mundo jamais explorado.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

logo alí

Sendo assim, então irei
Nas casas de quem sabe 
Em horas impróprias
Caindo em si
Focado em ser
Mais tem que ter
Achando o próximo
Fechado na sua
Nem se fosse
Ainda fico

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Nó desfeito

Ocasionalmente o que se formou 
Nós vem na tarde longa e outra hora
Saem por entre as duas e não retorna
Já foi, caiu, amadureceu. Apodreceu.
Nem somos o que éramos nem o queria
Um conta nada óbvia e sem medidas
Se então ainda vemos 
Se olhares ainda temos
A memória que visitamos
O véu que tampa a vista
Pro doloroso incabado
Em risos fáceis a luz retoma
Nós que ainda vivemos nela
Como antes e por quem era
A velha e mesma de outrora
Ficando atrás mesmo partida
E hoje sobra dentro apenas
O fim mais justo da história.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O espaço

É que não tenho mais,
Saiu de vez e já não resiste aqui
O freio nas bordas se desfez 
Comido pelo jeito que não soube 
Nas minhas mãos só resta o óbvio
Nem que fosse de outro jeito
Me separo do meu mesmo 
Frases ao vivo sem querer
Não serei o o que te abraça
Ou oferecer a anistia
No canto já conforta
Sua brisa me ignora
O valor dos meus pequenos
A saída da memória
Já que tô em sua casa
Eu irei fazer o teste
Caio em restos de novo
Sobrevivo sem querer
E merecendo o menor valor
Das duas que se foram
O menor foi quem ficou