A graça na caixa

O que vemos realmente é,

Ou sabe se lá qual vislumbre nós encanta.

Sai de mim como um sopro na velas

Essa mesma que tão logo já vem

Nem era sobre isso ou aquilo

No mesmo lugar e horário

As duas nem são os mesmo

Outra pergunta, ousa interferir

Ontem ainda dizia que não 

Se aventurar em si mesmo 

Cair ao ouvir uma voz

Sorrir ao lembrar de sentir

Ter no centro, a ideia de quem

Como o sopro, como o vento

Indo sem compreensão

Seguindo apenas

Aquário

As vezes acontece do nada

Outras nem me esforço

Saber o que vem depois

Não faz parte do contrato

O meu tempo não passa igual

O nome da coisa nem sei mais

É tanto pra dizer

As letras nem tentam fazer

Sentido ou sentimento

Nem mesmo quando é simples

Meu domingo deixou a semana

Até aman eu digo de novo

Ou o fato de não parecer

Ficou em meio a foto apagada

Foi eu e o mesmo jogo

Falando de mim

Caio em desgraçada

Ou rio de mim

Ex

 Existe um mundo

algo que não se pode alcançar

um meio para o fim

o começo de uma duvida

o som da indiferença

Quis viver entre as flores

ontem mesmo cai em desgraça

senti que antes nem tentei

fiquei deitado em sua frente

dormi sem mesmo descansar 

medo que brota da sua muda

fantasia feita pra mentir

tentativas que nem deviam vir

ontem mesmo era outro

hoje não me conheço

amanhã eu te perdi

Críticas severas

Apenas tentei pensar no melhor

Não o fiz

Só pensei

Teve dias que desacreditei

Não tive fé

Nem em mim

Tentei sorrir sem ter motivos

Motivação se perdeu 

Não quis me achar

Nem procurar

Me fiz de morto

E quase morri

Não finjo mais

Nem por mim

Nem por ninguém 

Coração de hoje já bate e rebate

As frustrações já esquecidas

Nem tanto perdidas

Ou encontradas dentro de casa

Fui logo ali, longe da alma

Pensei de mais só por pensar

O caminho longo de uma mente insana

A dor constante do trauma agudo

Um panorama da ignorância

Um beijo antes do sono 

Um drama antes do beijo 

Um sonho perdido na cama 

O mesmo corpo no leito

Meu Deus, que nem eu creio

Me abençoa com a experiência

O maior dom já concedido

A qualquer besta que ainda se queixa.

Velório

 Dentro das possibilidades, em meio ao caos

A mente já perdida entre escombros

não faço mais ideia do que virá

outra hora desperdiçada, horas que não voltam

tentativas repensadas e flores de plástico

apenas um caminho diferente

Semeio ainda a tempestade que não colhi

amarro em mim a verdade que não senti

Antes que fosse

antes de ser

Um paragrafo não lido

ou o verso esquecido

Amamos sem entender

Cantamos sem mesmo saber

um dia comum, uma noite infeliz

Passado e amassado 

Nem que fosse intocado

quem sabe um ser desajeitado

tentando dobrar o indobrável

juntando galhos desnecessários

ontem mesmo disse que não

agora tento saber se encaro

o sentimento já sepultado

morto e enterrado.

E lá vamos nós

Não poderia ser se não assim

Um dia como outro, um sonho pela manhã

Existe novas chances de chorar

Mas tantas outras pra sorrir 

As vezes o o destino não existe

O acaso pode nos presentear

O sol pode raiar num dia de chuva

E ainda sim ser lindo

Nem tenho ritmo 

Nem um caminho

As cruzes foram expostas

Os pregos perdidos 

Os quadros caídos 

A cama vazia de tristeza

Outra pergunta, outra resposta

Ambas infinitas

Trago em mim 

Possibilidades

Novamente...

Corrida

Não saberia se sou eu ou você

Não entendo como começou

Em que me momento me tornei 

Quando criança pensava do universo

Hoje me vejo na ilha

No canto sem rumo

Na flor da idade

No fim do propósito

Catando migalhas

Sofrendo como antes

Querem descer da viagem

Por não ter encosto no banco 

Por não ter mais freio no carro

E nem mais sentido no meu texto

Sem rim ou estrutura

Sem palavras

Sem gasolina

Sem sentido

assassino

Nessa narrativa unilateral

Existe fatos e acasos 

Sombras de um outro eu

Parte de você que agora me pertence

Um jeito novo e irrelevante

Aos que se julga sóbrios

As doses que jamais tomei

Me faço um amigo com o reflexo

Nem questiono de onde vem

Cansei por varias vidas 

Reluto em decidir 

Mantenho ainda hoje o caos

A forma simples de não compreender

Sonhos mortos ou estáticos

Caminhando em direção ao mesmo

E inerte fim.

A decepção e o trauma

Do que acabou

Do que não foi

De quem já fui

E de quem matei em mim