Quantas mais serão abandonadas,
No caminhos a percorrer
Que pedaço arrancado
do obvio antes descarado
do ar gelado
dos olhos fisgados
da retina seca,
Arde.
Queima.
Não sei me abrir na fumaça
desabrocho entre fagulhas e cinzas
Solto nesse mar,
me faço perdido
Ignorante assumido
não aprendi a nadar
nem barco nem remo
Vida que vira e balança
Como naquela dança
que não aprendi a dançar
É uma rima formada
um trágico fim
e um começo disperso
uma historia marcada
e me perco de mim.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
4ever yong
Por uma breve caminhada, repito passos
Aqueles pés cresceram e apagaram as pegadas
nem o percurso é claro
fez o horizonte ser fraco
jogado fora da trilha.
Levaram ao encontro do nada
apoiado em brisas frias
no lado escuro da pista
Para azar da sorte.
Vida meia boca, palavras
Apenas palavras,
vazias,
ocas,
breu.
Que persegue o corpo
Que nega o trauma
A morte da criança
Nada evolui.
A pintura não secou,
manchou,
envelheceu,
secou.
Carne amostra não cicatriza
Passado que não passa
Memoria que não disfarça.
Tantos velórios diários,
velados por semanas
entre campos de palha
a alma enfim se espalha,
se prende
não sobe,
não vive,
não morre.
Eternidade se foi num sopro
e o peso dos dias matou o menino
Na espera dentre a densa fumaça
Ainda aperto os olhos,
nada passou
ninguém ficou.
Sozinho no canto
O pecador
O pobre
O coitado
Amargurado
Desisto.
Aqueles pés cresceram e apagaram as pegadas
nem o percurso é claro
fez o horizonte ser fraco
jogado fora da trilha.
Levaram ao encontro do nada
apoiado em brisas frias
no lado escuro da pista
Para azar da sorte.
Vida meia boca, palavras
Apenas palavras,
vazias,
ocas,
breu.
Que persegue o corpo
Que nega o trauma
A morte da criança
Nada evolui.
A pintura não secou,
manchou,
envelheceu,
secou.
Carne amostra não cicatriza
Passado que não passa
Memoria que não disfarça.
Tantos velórios diários,
velados por semanas
entre campos de palha
a alma enfim se espalha,
se prende
não sobe,
não vive,
não morre.
Eternidade se foi num sopro
e o peso dos dias matou o menino
Na espera dentre a densa fumaça
Ainda aperto os olhos,
nada passou
ninguém ficou.
Sozinho no canto
O pecador
O pobre
O coitado
Amargurado
Desisto.
sábado, 24 de junho de 2017
Desconhecidos
Até ontem eu não te conhecia
até então eu não sabia
que mais tarde te beijaria
Que teus olhos me sorririam
Que as mãos se tocariam.
Entre corpos avulsos
e sentimentos dispersos
Sem expectativa nenhuma
Sem controle do que é certo
Som e luz alucinavam
Passos tortos caminhavam
Se até até então nada sabia
Daqueles copos já vazios
dos poemas no jardim
e dos cigarros divididos
Quantos sonhos já nascidos
na manhã bem menos fria
pelos corpos quentes sem vergonha.
Mas se amanhã o tempo acabar
ou se o destino louco colaborar
que diferença faz se não durar
tanto quanto perdurar,
que até então eu não sabia,
se até ontem eu nem te conhecia.
domingo, 18 de junho de 2017
Nascimento
Eu sou um caso perdido
um acaso fodido
um amor mal resolvido.
Eu sou o problema e a solução.
Eu sou indesejado, abusado e premiado.
Falo menos, penso mais e faço o cego.
Eu pego o alheio, sonho perto e caio alto.
Um prego torto, um sonho louco e um cara magro.
Sinto teu medo e faço pirraça.
Te como com palavras e traço as suas falhas
Me perco no dorso, nas curvas e marcas.
Se quer-me por perto te saibas que mordo
que minto e que calo
E faço meu modo ser tudo aplicado.
Não preste a se dar por completo e descrente
Te amarro e te jogo nos meios dos trilhos
Do trem que minha mente projeta no tempo
Eu compro seus medos e abraço seus planos
eu me acabo, eu me fecho e no mundo descubro
Eu volto pro inicio e em noites relembro
Eu desisto de tudo e me perco no tempo.
Eu fui desde então, eu parti, e ele ficou aqui dentro.
segunda-feira, 5 de junho de 2017
Leia-me
Leia, ou não leia se temer
Mas te conto variáveis e danos considerareis
Onde o caminho se tornou ingrato
Se pode ouvir de longe meu suave murmurado
Quatro vezes desolado, em muitos dias separados
Fui de de encontro a meu amado
Matei aula e fui me embora
Não podia falar de horas nem de pássaros na gaiola
Não prenda o belo pardal do mundo
ou prenda e mate-o com ternura
Fiz tua cama, deite agora.
O leite chora e se derrama
Comumente sou de drama, de transpor o que me espera
Morri de amores e dissolvi em dores
por tantos e tao poucos
Será destino e carma as flores
que nunca duram em meu jardim?
Cata o vendo na janela e sopra o dorso de marfim
Trago novidades e alguns detalhes que há de vir
De gargalhadas que as vezes imploro
mais que o brilho de sol no outro
Faço plena minha memoria mas esqueço por que choro
Contei segredos bem guardados e por hora é o que basta
quem sabe em breve a vida tenha alguma graça.
domingo, 4 de junho de 2017
Pessimismo
Tão sombrio confuso mar
onde me jogo sem te esperar
por clarinetes e sons tão frescos
quanto sopro de ventania no quintal
Tenho tempo de concluir tal caminhada
Passos curtos não me levam a mais nada
O vazio nem foi a culpa dessa vez
que se enche mais o tanto que faltou
Manco de hora em hora meu seguro
Sobra tempo entre o torto e o bendito
Sobe a cama na colina o meu sonho
nele ponho fogo na cortina
quebro em três partes minha xícara
Foi doloroso a partida
chega e dobra a fantasia,
pasme em minhas palavras a verdade
Não combina, não insista
creio em ti um pouco acima
mostremos o lado certo
Fagulha menospreza a rotina
Mergulhei na frase e não retorno ainda.
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