domingo, 21 de janeiro de 2018

Luta

Por vezes o testar das horas se aconchega
se mostra involuntário e desafiante
caindo no meio da memoria enauseante
fiquei por fora em mim e sonhei com o depois
a fúria do desejo que vem e não passa
e a vontade de cair da masmorra
o tão fundo do mais ténue escuro
em que parte encontro o sair dali
foste em frente sem que pudesse correr
em meias falsas em meias brancas
Não olhe pro lado em seu leito
o tom fraco dos olhos e horas
Fui de pedaço e casacos em dobras mal feitas
e sorri no cantinho das folhas mais secas
Mate em mim tal desejo maldito
queria o futuro e alguns poucos filhos
não vejo o amanhecer dessa coisa que tenho
mas sonho acordado que ei de vence-la

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Luzes

O que dizer do tempo
que sobre e desce ao vento e contra
por quase sumir e voltar a surgir
dos cantos da alma
do susto do acaso
entre flores e dores
e alguns tantos amores
de sorte em capote
não conta o transporte
e pela que toca o arrepio que sobre
e sobra das vezes que encontra meus nobres
ilumina a caminha ainda pisca por trote
envelopes e frases
de quando perdeu, sofreu e enfraqueceu o tormento
casei com meus traumas num papel guarnado
nas lagrimas que foram já eram e secaram
o tempo que coube no bolso daquelas
e as moedas caídas eram sempre pro norte
o que tem no medo a insistência profunda
e tentar quantas forem até acertar
Ele vem, pra quem sabe esperar.