segunda-feira, 30 de março de 2020

Amargo

Escorre a seiva por guela abaixo 
Sem provas ou certeza que coisa alguma
Percorre em meu peito a dor 
E desce ao meu lado e pesa as mãos

Furtivo sobre as telhas e seus gatos
Amáveis por ser livre e não domado
Meio que sobra a respiração
Falta o fôlego pra dizer não

Se antes a culpa era de qualquer um
Hoje a mágoa se basta em casa
As flores que existiam são agora traças
E as novidades se separam o dia todo

Canteiro morto de abril
Facilitando o seu velório
Como se fosse pra dormir

Nem sequer pestanejar
Ou se esquivar..
Sigo em rota repetida.

terça-feira, 24 de março de 2020

Quase lá...

Hoje, ainda sinto aquela falta
O rasgo da pele sempre aberto
E formas de fazer certo a coisa errada

Bolhas que refletem a face amarga
O dobro de zero ainda é nada
Mas tenho a noção do que me amarra

Segunda outra terça, talvez sábado
Mentir para quem sabe das tuas falhas
Um monte de desculpas na privada

Por mais que nao desista da batalha
O costume com as sombras no quarto
A memória de um futuro que não vem