quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Tentativa numero dois

De certa forma uma conexão
Buscar o passado pelas palavras
Alguns sons e outros tons
Sempre tentei crer, ouvir e ser
Por mais que nunca fosse, ainda era
Dei sobre todos os olhares a clara marca
A força que sempre estava lá
O que me morde nas terças e outras quintas
Não foi o que trouxe, mas o que permaneceu
O logaritmo perdido entre doces e guardados
Não posso larga-lo nem ao menos poupa-lo
Então trago comigo, e deixo que mande
Mas não hoje, não mais
Não nunca mais,
Não agora, por hora, enquanto penso.
Se te anulo ou te sustento.
Cansei de tentar, fugi de chorar
Chorei
Por que isso é e será
caldo de mim, fogo de palha
Caminho leve nas entrelinhas
Sou mais que fui, por menos dores, alguns amores
Forte que sou, corri.
Pra não apodrecer entre os galhos já tombados
E perdi o portão rua, a saída meio burra
Jogo por sorte ainda perco
E não ligo ou respondo
Anoiteço
Mas acredito em acordar não em amanhecer.
Entre eles é quando vivo
Se é que você me entende.


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Tentativa numero um

Precisamos nos falar, como nas cartas que não se usam mais
Decorrer sobre o que já se foi, sobre o que ficou
E simples como ler e não entender. Pois sou eu.
O cigarro indevido queima antes que eu termine
A esperança queima junto, foi se a tempos. Corroeu.
Pois quando tremo sei que acabou.
Não mais dor, nem sua cor que em mim viveu.
Pode acabar em nada ou numa rima estragada.
Bem que queria, tocar a vida, sair do rumo
Ainda desisto e outras mudo.
Saio de tudo, fujo do mundo
E ainda não digo o que deveria
Por menos palavras
Nem tantas ditas por mal
Foste por for da minha vida
E agonizo o amanhã
com frases que engasgo
e sumo antes do ponto final.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Pedidos

Humano, cansado entre mentiras e ilusões
Ser o que somos não é uma drama, não faz parte julgar
Querer amar não pode ser em vão
Cale as palavras que saem do ódio
faça preces por mais dias, sorria
Se tudo acaba por que fingir?
Precária função inadequada de mentir
Qual problema em ser feliz?
Não posso perecer calado, se por dentro tem luz
Brilhe o seu melhor e faça bolhas de sabão
pare, olhe e escute
Lute!
Dizem por dizer, se por mim nem deveria existir
Caminhamos ao ápice da dor, ha quem lute por amor
Faz um tempo que acordei e não te vi e não te contei
E quem sabe fomos ali, eu nunca sei
Por onde mora o caos e as vezes um adeus
Para tudo que não chega ao fim, pelo choro que insiste
Do dia que não temo que virá e com ele talvez um Deus.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Antes da chuva

Antes que o mundo caia e se torne lama
Sorrirei pelas gotas que acalmaram o chão seco
O vento pisa forte, bate portas chega junto
Foi também dele que veio o cheiro do fim do mundo
Fim daquele mundo
Não fico enaltecido com o que dizem sobre nós
Sobre o caso que mudou a fonte de tudo que errou
Falem que terei mil razões, em breve irei
Mas causei o que cortou e fez sangrar a pele dele
Força, dizem eles, mas quem fica, mas quem liga
Não tenho o que te sobra ou finge ter
A cerne ficou oca de esperar
Mal amar,
Mal cuidado,
Mal olhado.
Sempre serei ele e nada além.
Como uma nuvem pesada, cinza e um pouco amarga
Quebra tudo, mais não deixa de viver
Faz de conta que sou útil até o dia que morrer.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

8 e cinco

Dentro, acuado em tais cordas
os olhos jamais verão o conto sobre elas
Fixou se no tempo o coração meio gelado
a cama também fria esquenta aos  poucos
a transparência calculadamente entrou também
já que pelos mesmos ainda sorri
Se joga disse ela, na ponta do alfinete
mesmo torto, mesmo errado
Coriza não termina, nem lagrimas resistiram
Foi de cara, foi de tanto fingir a dor
Antes eramos e hoje sou
não existe mais alegria
O corpo se entrega pouco a pouco
Jurei estar por toda estrada
Mesmo apos o fim, e mesmo após a mim
Tremia e acomodava o restinho na barriga
Que por hora agarrados e o mesmo instante que temia
Se achar no meu silencio a rotina, a sofrida
Ambos fomos a porta e sorte me aclamou
Mereço tamanha morte simplesmente por amor
Cai de de pé sobre os trapos e me vesti como o senhor
De tanto contar historias desisti do que passou
Fiz por mim a companhia que de tantos quis pedir.
Parei de insistir e enfim me descobri.