segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Comigo

Começa por isso
Palavras que vem e não ficam
Meu caso perdido
A melhor forma de não ir
Já nem se importa o seu nome
O existente na cabeça
Dá um nó e espero então
Sou tão frágil na saída
Aí nem faço mais questão
Escrevo igual criança burra
Mal conjugo a entonação
Fico ali em meio as rodas
E espero a solução
Parte disso é sem sentido 
A outra sai do coração
Se é fraco e descabido
Sou só eu na contramão

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

tanto faz

Não fogo que apague 
Quando o céu cai em mim
Não ah força que dure
Quando a mentira não tem fim
Nem se fosse um herói
O mal vive no mundo
As pressas eu corro em silêncio
Mas o escuro não mostra a sua face
E chorar por quem vive e não liga
Ou temer pela dura saída
Queria ser eu o que voa
ter em mim a força infinita
Quebrar aqueles que fazem
Saber que nao estão me matando
No centro da força escondida
Vive um humano sem graça

sábado, 26 de outubro de 2019

Subir

Nao mais que antes
Apenas menos adiante
Se caio em meus braços
Não troco as palavras
O tempo não para
A força não vem
Meu sonho nem tem
Não digo mais nada
Serei a desgraça
A fonte da praça
Só não sei se posso
Subir essa escada

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Estrada

No caminho dos passos
As luzes que ascendem me cobrem
Não tenho destino mas sou paciente
São tantos os nomes que lembro
Me corto em pedaços e te falo
Não é sobre isso nem sobre mim
Parei de querer por nós dois
Fingir que acredito nem é tão ruim
O foco é outro, o nível subiu
Derramo as gotas de um temporal
Sou carne e pesar
Falei com meus outros
E deixei pra amanhã
Se auto suficiente não sei
As palavras me fogem
E canto sem ritmo
Falando de mágoas que nem sinto
Mas vive em mim
Se te beijar duvide
Eu duvidei
O mundo é frio
E eu a nevasca
Se derreter de novo
Jogue na privada
E nunca me diga
De mais para muitos
E pouco pra eles
Sentir nem faz parte
Correr sempre em frente
E chego aí

Inerte

Chega a hora que o sol já não esquenta
Frita a pele como quem feita um ovo
Antes fosse um sonho maravilhoso
Mas hoje às lacunas não preenchem
Só pelos cantos o frio congela
O arrepio constante se dilacera
Não faço questão de companhia
A vida se faz por mim todo dia
Como quadros a óleo nas ruas expostos
Casais que se abraçam em tons pastéis
Se taco meu fogo me chamam de louco
Se molho as calças sou uma criança
Mas choro nas margens do mesmo rio
que navegam amores em seus olhos
Vai vendo que não sou o mesmo deles
Junção de perigos me cercam a noite
Quem pode passar tão alta barreira
E salvar a alma que sobrou de uma guerra
Os moinhos que girão pro lado oposto
Ao vento que sopra da colina
Me arrumando pra enterrar mais cedo
Outro dia ou mês vai saber
Trabalho sem mérito ou mesmo agora
Se foi como um pombo tocado da vida
Voou sem pra onde saber o destino
Cagou na cabeça de todos abaixo.

Não julgue você de novo
Mas tenha o foco em outro
A porta se abre a poucos
Do lado de dentro na ocupa
De entrada e saída se basta você
Não tenho certeza disso e prossigo
E valsar eu desisto por falta de ritmo
Melhor não ter ido pra nunca voltar
Meus pais não os vi por anos e anos
Me resolvo com isso e desculpa
Floresta adentro me vou no portão
Queria ser dele mas sou de ninguém
Caretas no espelho meu nome segui
Molhei o meu medo e sofri de antemão
Colírio das fotos salvas então
Meu dono amarrou meu cabresto
E não sigo ninguém por demasia clarão
Foi meu e seu nome que surge no fim
Mas produtos de amar não me vem
Mas me leve
Sempre, em vc.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Pirataria

E se possível me espere,
Não me julgue ou me siga
Vem do ladinho e me acolha
Não imite, inspire-se
Caminhamos a vida em desacordo
Vivenciamos os sonhos com restrição
Caímos tanto que já não sabemos
Ouvimos as vozes do ego no espelho
Sofremos por dentro e sorrimos
Mas cala essa boca e não seja
Não troque o seu eu por migalhas
Nem corra pra baixo da saia
Me encontre na esquina
Me mande lembranças
Na estrada corremos
Na terra andamos
Nas pedras pulamos
Na mente viajo
Sem tigo ou comigo
Não é necessário
Mas é bem possível
Ser sempre o melhor
Do pior que mostramos
Escolher não é fácil
Desistir não é escolha
Amor hoje é raro
Pois somos tesouros
Enterrados por piratas
Na ilha deserta
Do coração.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Presságio

Uma cama vazia pode ser um sinal
Um beijo sem rumo pode ser a perdição
Ninguém te avisa do que vem depois
O que sobra das sobras
O amor arruinado
Dos olhos vermelhos
E dedos doloridos
O suor do esforço
São lugares perdidos
Músicas sem fim
O meu nome no muro
E o seu na areia
A dor que ninguém vê
A ferida que dói
Sozinho entre os dias
Com o baú lotado
E esperanças perdidas

sábado, 20 de julho de 2019

Caindo

Quando dói por dentro
Algo quebra de novo
O tempo some do mundo
A calha entope no teto
Sonhar e fazer o contrário
Temer mas querer o pior
Sem outro lugar pra ficar
Com medo de não acordar
Em tudo que eu acredito
Não sobra o meu passo no escuro
Me encanto e desprezo a noite
Me jogo nas garras do falho

sábado, 13 de julho de 2019

Reta final

Como tapar o buraco
O vazio que trago no peito
A vontade de ser outro ser
Não me vejo vencendo essa luta
Mas não deixo de muito querer
Já passei por tormentas mais fortes
Eu vivi pra contar minha história
Mas como tudo na vida retorna
O mal me procura na hora
Precisamos ganhar de qualquer forma
Pra chegar no destino final
Sou mais forte do era antes
Mas sem rumo estou no final

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Noite

No escuro se mostra a face
O ardor de uma nova ferida
Sabendo de todas as outras
Caindo de graça por cima
Fez bem de fazer o indevido
Mas cala diante da dor
Se tu morre em noites de inverno
Não sobra o valor da manhã
Tentando sair da penumbra
Estou enviando meus olhos
A cada pedaço mais caro
O jogo se torna mais duro
Não sei muito bem sobre isso
Mas faço questão de aprender
A jornada e longa e feroz
Nas mãos de um velho conhecido
Me perdoe pelas horas cortadas
E refaça o seu dia perdido.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

No escuro

Em meio ao caos se levanta
Um momento que dura e que prossegue
Como flores no outono e inverno
Harmonia de cores e tamanhos
Solto na grade dos dias
Foi intrigante sem mais o que falar
Renasceu uma vez mais
Saiu das trevas a estrela
Caminhou pelas beiras do abismo
E findou na aurora do seu tempo
A primeira luz jamais vista
O degrau da escada de uma vida
Não se basta por tão pouco
Mas se alegra a cada conquista
Se desfaz nos seus lábios
E sorriam, novamente.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Partida

No chão frio encontro meu corpo
Mas flores do campo já mortas
Secas pelo sol que não dorme
Caminho sem volta, se foi na surdina
Abro os braços e agarro o que já era
Caio no centro e mergulho em agonia
Tudo acabou, perdeu a vida
Um sonho perdido um último suspiro
Não faço alarde nem sofro um pingo
O fim é marcado, as coisas sumiram
Um toque de graça e um poço de dor
Ferido em batalha, mais morto que vivo
Ontem se foi acabou a luz
Meteu o pé, se jogou no escuro
A alma está longe nem sinto que exista
O fôlego que resta é ver a verdade
Que a morte é presente
E que eu vou ganhar
Da vida o desejo
De não mais voltar.

domingo, 21 de abril de 2019

Favor

Se pudesse por um dia
Fazer o relógio voltar
Fazer o tempo acalmar
Para que o sofrimento acabasse
Perder a memória
Sumir com a dor
Acabar com a vida
Por mais que impossível
Não seria difícil
Ver as luzes se apagar
ver o mundo cair
Surgir em outro lugar
Partir daqui
Voar para longe
Sem medo e sem fim
Queria ser isso
Queria ser assim
Já não cabe mas desculpa
Já não passa mas tristeza
Hoje sou oco e sem mim
Um caos de agonia
Um ser sem ousadia
Um nada simples assim
Nada mais tem alegria
Faça um favor a mim
E acabe com isso enfim.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Cansado

Cansei de ser pedra no caminho
De da flor eu ser o espinho
De ser o que não sou
Ou de ser o que alimenta
O que esfria e não esquenta
O mal que sempre causou
A tristeza da sua tarde
A lágrima da sua face
O amor que não brotou
Cansei da coisa morna
Dá frieza do abraço
Do vazio infinito
Que a vida me causou
Cansei do meu reflexo
Da palavra repetida
Do amor que não deu certo
Cansei da vida e suas idas
Suas vindas e partidas
Cansei da minha mente
Dos pensamentos inconsequentes
Do valor que já não dou
Cansei de acordar todos os dias
De sonhar sem alegria
De viver sem ver a cor
Cansei de existir nessa agonia
De esperar um novo dia
De tentar mais uma vez
Cansei da pele que habito
da voz que pronuncio
Do calar que predomina
Cansei dessa vida
E da outra e de todas
Espero firme pelo dia
Que não verei mais a luz
E talvez assim eu viva
Com vontade e alegria
Por que hoje já havia
Morrido tudo em meu interior.

Sem luz

Onde estávamos quando se foi
Acabou a luz e a paz também
A flor murchou, secou, caiu
Meu nome errou e se mudou
Galhos longos e quebrados
Faca afiada que entrou
Minha vida se perdeu
O amargo derretido
Se enterrou ainda vivo
A cada cai pouco a pouco
Mas se a escada não chegou
O cordão já se cortou
Foi um dia, já não é nada
Hoje dorme na sacada
Só não pula por preguiça
Mas se vai sem que perceba
Ainda foge da certeza
E se apaga em brasas na clareira
Um dia vai...
Um dia acaba.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Seco

Eu colho a tempestade que já plantei
Faço de ouro a coroa de um rei
Sempre no vago um vazio sem fim
O dorso da dobra me faz não sorrir
Juntos quem somos, um nada a vagar
Nem era de longe um caso a velar
Só entre paredes que nem ficção
Amante da dor, um furo na mão
Apenas comigo o luar não tem cor
O sol não esquenta, me resta o rancor
Logo me sinto um nada em escala
Ele me cobra um amor que me abala
No valor das palavras eu durmo cedo
Me apago do mundo, me desfecho
Calma entre os dedos mas berra as palavras
Jogado ao vento em meio ao nada
Não vejo outra escolha o fim é assim
Aceito o destino e acabo sozinho
Melhor do que a mágoa
Melhor que ferir
Se sou uma falha
Melhor nem seguir
Tem algo no peito, e leva pra vida
É a forma de ser de quem escolheu
Um galho mais seco
Uma parte morreu

domingo, 31 de março de 2019

Oco

Cai o véu da mentira
Sobre o céu tão sem brilho
O forte já nem se anuncia
A casa ainda está vazia
Foi forte como prazo de vida
Surgiu das montanhas o preço a cobrar
Vim de longe até hj pra sempre ficar
Sonho mais do que poderia realizar
Caio em prantos toda noite a chorar
Cadê a parte que falta colocar
Sou eu ou nem sei procurar
Como casca de fruta sem descascar
Voando no aguardo de algo chegar
Querendo um futuro sem ao menos lutar
Fogo de palha ou somente você
Onde andará quem já vim a amar
Sigo relendo o que deixou no ar
E durmo sonhando com seu regressar
Mas quem, mas de qual
Já não sei responder
Foram feitas de folhas
Que o vento levou
De um árvore oca
Que jamais amou
Ou sim, não se sabe por onde andou
Coração é covarde
Que a vida secou.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Ecoa

O vazio, o ecoar do nada
Parte de mim que sobrou
O que foi já não basta
Prende e tortura o que ficou
Existe um ponte que leva ao ego
Quebrada já não leva a nada
Você foi, já não é
Quem diria a estrada
Apenas ficaram a fachada
O oco de um dia feliz
A carcaça
Fomos até onde deu
Caímos onde se perdeu
Tudo que sonhamos morreu
Assim como antes, e antes
As tentativas cessaram
A força acabou
Assim como a dor que ficou
O buraco que deixou
O vazio novamente voltou

quinta-feira, 21 de março de 2019

Chegada

O sol vem chegando
Afastando de mim as trevas
O que corrói a alma
O que fere o corpo
Me vejo e partes
Cada uma em um canto
Verdades e mentiras
Candensadas em mim
Sou sombra e luz
Aconchego e calor
Força e fraqueza
Uma amor e uma dor
Uma bagunça
Faço questão de tentar
Unir o que se perde na névoa
Colher o que nasce na superfície
E sobreviver com o que sou
Acalanto e desgraça
Falta e frequência
Duas de um
O que ser quando se é
Quando se pode tudo
E tudo se é
Focar na questão não move a razão
Mas faço questão de ficar e tentar
Eis que me jogo no processo
E fico aguardando a resposta
Sou parte de algo que nem sei
Ninguém sabe, nem saberá
Fixo olhar no espelho
E sei que me vejo falhar
Mas quando tento acessar
Eu sei que vou ganhar
Não se sabe onde irá chegar
Chegando te digo o que há.

Dormir

A liberdade veio como presente
A virada de um ciclo
Chegamos a beira do abismo
E voltamos?
Não, nos jogamos
E sem saber foi hora de voar
Flor que cresceu na adversidade
Amargo suor que escorria
Escolhas feitas por consequência
Era o necessário
Nem cheguei a cair
Mas a sensação foi de morte
E agora a esperança brota
A vida germina em tudo
E a própria razão se expõe
Na glória de uma vergonha
Na discórdia de um ano
O tempo voltou a girar
E o carma me aliviou
Fico em pé frete a tudo
E espero pelo amanhã
Com sonhos que nasceram na noite de ontem.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Casa

Vagamente nos perdemos em casa
Em busca de algo que não estava
Esperar por coisas e fatos sem graça
Viver na espera de um gole de cachaça

Tropeço no erro e o vejo novo
Me dói novamente, me coloca no jogo
Encontre algo, quem sabe uma limpeza
No chão limpo se vê com clareza

A dor vai ficar se manter a sujeira
O caos não some se corroe a poeira
Apenas em seu lugar tudo se encaixa
Não fará esquecer ainda resta a mancha

Se encontre no espelho e veja a verdade
O equilíbrio é possível quando vive a realidade
Aceite o reflexo mesmo manchado
Somente assim terá se encontrado.

terça-feira, 19 de março de 2019

Eu e o Mundo

O ser, parte de tudo
O que nos completa
A existência interna
O pavor em si mesmo
A calma que consome o âmago
O que existe por dentro
O que somos
Até onde vai o "eu"
O meu, o seu
Cadê o dele?
Então, se perdem
Se perguntem
O favor que se faz
Onde se encaixa o que é ?
O que me pertence ?
O fato verídico
A mais pura realidade de nós
Se questione!
Se torture!
Se culpe!
Ou se preferir,
Não.
Se ame
E se deixe partir
Se acalme...
E deixe a pergunta calar
Ou deixe apenas pra lá
A confusão é apenas você,
O resto apenas o mundo.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Amor

Sabes do amor?
Daquele que cura tudo
Que ultrapassa o tempo
Encurta distâncias
Perdoa o erro
Que está lá
Até mesmo quando você não está
Que vai, apenas, te segue, sem medo
Que muda, que se muda
Que vai atrás
Que ouve e fala
Que transmite paz
O porto seguro do mundo
O suor e o sexo sem medo
O tesão que não se cabe
A companhia na dor
O abraço apertado
O estar sempre ao seu lado
O na saúde e na doença
O na riqueza e na pobreza
Aquele do que dizem
Até que a morte os separem
Por não existir nada em vida capaz
Sabes do amor?
Desse amor
Pois bem...
Também não.....

domingo, 10 de março de 2019

Aniversário

Eu Disse adeus ninguém ouviu
Acharam mentira, ignoraram
Disse que ia, que era o fim
Não deram bola.
Agora ela senta e senta e chora
Tarde, quando quis falar
E tive que ouvir
Quando quis gritar
E tive que calar
Não importa
Já é é tarde
Já é noite
Já é festa
É a hora
Não importa quem chora
O que importa é e o fim
De tanto drama nascente
E problemas que nunca se acabam
Acabou
Ela não ri, ele canta
Ela chora, ele dança
Tudo findou, sem demora
Já que que as lágrimas secam
A lembrança some
E o vulto apaga
E ele continuará dançando
Mesmo sem ninguém notar.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Drama

Entre o vento do norte
O canto sai de mim como arte
Um som de angústia
Um peso no peito
Caminho na noite
As pedras não atrapalham
A dor é costume
A força e coragem
Vem do vento
A tempestade se aproxima
As nuvens são negras
A chuva já cai
O tremor já domina
Me controla
não sei por onde ir
Vago entre vãos e fiascos
De mim o resto
O histórico é dever
A partir daí é fugir
Sem fim, sem mais
Apenas correr
Vamos enfim
Ao contrário de todos
A regra é mudar
A canção e fingir
A paixão e ficar
O odor e de morte
A razão é fingir.

terça-feira, 5 de março de 2019

Esquecer

Não é bem como estar ou permanecer
É sobre ir aos poucos sem perceber
A força que falta te joga na lama
E fé que resta que trás esperança
Um pouco de dor e angústia empregnada
um sonho perdido, outra manhã desgastada
Sorrir nem faz parte do mundo em questão
Mas que aquece o ser em seu apagão
Um dia a mais, ou outro a menos
Mais tempo corrido mas jogo perdido
Batalha diária contra inimigo invisível
Cadê o menino das moedas do chão
Se sobrou foi tão pouco, nem para o pão
Sair do profundo abismo do medo
Rever o que antes criava alegria
Por poucas bobeiras matou a folia
Nem pulo nem festa nem carnaval
O resta é confete molhado no asfalto
Nem venha dizer que e questão de tempo
O relógio parou sem dar satisfação
O bloquinho partiu sem mim
Ninguém percebeu
Pois dentro de mim o carnaval morreu
Assim como o resto que não vem ao caso
Terei que criar algo novo pra cuidar
Uma flor no terraço
Um espinho pra picar
Pra voltar a sentir o que hoje se perde
O sentido de tudo
E o porquê esquecido
No caminho perdido
Que só resta enterrar.....
Só se muda apagando a mente
E esquecendo tudo que se é
Quando o mal é o próprio ser
Ou se acaba com ele ou transforma-se.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Risos

Não sei se foi o riso que desistiu de mim
Ou se esqueci como sorrir
Nem a água que cai do céu
Nem o mar que chega aos pés
Trazem o que de mim foi tirado
Perdi a graça da piada
A vida sem sentido me ameaça
O que me resta é o fim
Fim da noite sem juízo
Da memória sem partido
Do caminho sem volta
Quero paz que nunca vem
Quero sol que só se esconde
Quero vida outra vez
Mas desisto todo dia
To sozinho em meio a gente
Não sinto mais é nada
Me leve certa noite
Sem dor nem sofrimento
Me faça esse favor
E talvez acorde rindo

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Morte diária

Morrer não é falta de vida
Começa quando os sonhos morrem
Quando o dia perde a graça
Quando falta amor próprio
A gente se mata todo dia
Não ama direito
Não faz bem pra ninguém
Não faz falta no mundo
Morrer é perder a esperança
E cair no buraco
E sofrer por angústia
E não ser seu melhor
E acostumar com o fracasso
É viver sem razão
É tentar e só tentar
Não vencer nem por um dia
É se jogar na discórdia
Se calar pra si mesmo
Perder as forças de seguir
É não ver um caminho
É não pensar no amanhã
É não querer um amanhã
Pra errar novamente
Pra chorar novamente
É se matar pouco a pouco
Morrer começa quando nada faz sentido
Quando o pão está duro
Quando a água está morna
Quando se perde a razão
É sumir no colchão
É dormir pra fugir
É cantar sem ter voz
Já morri e nao sei
Mas viver nesse mundo
Já sumiu de mim mesmo
Já cantei pra subir.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Caminhada

No vago existe o nada
Um monte de tralha em meados
De onde se julga o passado
Me solto de mim em cascalhos
E volto em minutos pra mim
Ainda irei sem volta
Sem medo, talvez
Não caibo em um só
E não volto ao que era
Mas vivo juntando
O foi mas não era
Calmo vem entre sonhos
Não fiquei na calçada
Talvez um dia se cala
Ou viaja em segredo
Não  sei nada de nada
Nem fiz por onde saber
O que sou já nem lembro
Mas seria o caminho
Vou nascer de verdade
Na manhã seguinte
Na noite passada
Na tarde sem graça
Vão fazer uma festa
Vão chorar na minha cara
O caminho é escuro
A tortura é exata
Eis que caio no quarto
E não durmo com guarda
Se sonhar é possível
Ainda estou aguardando
Acordar sem fumaça
Me soltar na minha casa
E sorrir sem motivo

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Se

Ser o que é
Mover as madeiras
Cair sem pensar
Viver e sonhar
Te vendo aqui
Me tenho ali
Então eu me rendo
Sem medo sentir
Não sei onde é
Mas fico feliz
Vivendo em anexo
Se fosse em mim
Serei sempre grato
E mais tarde sem fim

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Voar

É preciso seguir
Trocar de roupa e prosseguir
Alguns detalhes estão por vir
Mas andar é necessário
Matar a dor que te feriu
Tapar buracos que caiu
Jogar o tempo na descarga
E caminhar em novas estradas
O ego imposto se partiu
A mágoa velha já sumiu
É necessário renascer
Querer viver, não sobreviver
Esta página já virou
O jogo é outro meu senhor
Ou faz direito ou não faça
A força vem da sua alma
Se for pra ser então será
Mas é preciso renovar
E quem sabe assim voar

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Escuro

Onde não se vê
Não pode se esquecer
O que toco, não é o que é
O fundo mais fundo
É quem pode fazer
Não vou nem fico
Mas tento sobreviver
Ninguém me socorre
Mas devo querer
Um passo adiante
E volto a sofrer
E caio no breu
Onde preso fiquei
Em mim a escura
Frescura do ser
Já nem sei se vivo
Ou se deixo morrer.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Chances

Como água e fogo,
Um lá outro cá
Um destino incerto
Uma vida a desejar
Não tenho provas pra dar
Só um poema a recitar
É o melhor que eu sei
É a forma de expressar
Quero amar sem cessar
Quero sofrer sem temer
Sou uma pedra a lascar
Você uma flor a reluzir
Como opostos de uma moeda
Seguir a vida assim
Cantar sem notas marcadas
Uma chance pra sorrir
Não sei falar sem recitar
Oi pedir desculpas se clamar
Sou um nada a vagar
Um espelho quebra a consertar
Sem vc não sou nada
Sem pedir nem cessar
Posso ser tudo e até mais
Basta você me amar
Se o senhor permitir
Quero dar-te tudo de mim
Ser feliz sem limites
E poder rir do que foi
Se quiser continuar
Basta um sim me falar
Por vc trago a lua
É o sol se precisar
Me diga que o amor não morreu
Que faço o futuro nascer
Como a flor que nasce no mato
Sou o desafio a vencer
Mudo tudo se quiser
É só vc me querer.
Sem limites, sem mais
Diga sim e faço valer.