quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Caminhada

No vago existe o nada
Um monte de tralha em meados
De onde se julga o passado
Me solto de mim em cascalhos
E volto em minutos pra mim
Ainda irei sem volta
Sem medo, talvez
Não caibo em um só
E não volto ao que era
Mas vivo juntando
O foi mas não era
Calmo vem entre sonhos
Não fiquei na calçada
Talvez um dia se cala
Ou viaja em segredo
Não  sei nada de nada
Nem fiz por onde saber
O que sou já nem lembro
Mas seria o caminho
Vou nascer de verdade
Na manhã seguinte
Na noite passada
Na tarde sem graça
Vão fazer uma festa
Vão chorar na minha cara
O caminho é escuro
A tortura é exata
Eis que caio no quarto
E não durmo com guarda
Se sonhar é possível
Ainda estou aguardando
Acordar sem fumaça
Me soltar na minha casa
E sorrir sem motivo

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