sábado, 3 de setembro de 2016

Normal

Das coisas vazias, sobrados da esquina,
um sonho sem parte e uma pele sem  acne.
Pessoas que se tornam tudo e outras que se movem
não compro do mesmo por falta de sorte.
Quem dera poder, ter em mim seu talento,
meus ombros pequenos e mãos sem destino
não sei ser mais belo, nem novo em tudo.
Minhas contas não fecham, meus medos não morrem.
Comida sem gosto e queimada no fundo.
Sessões que não levam ao destino comum.
Essa fraqueza na vida, o dia da partida.
Se a realidade machuca, a cama acomoda.
Se falta o talento acaba o poema.


domingo, 26 de junho de 2016

Hoje

A simplicidade das coisas estão alem da compreensão,
Fixo meus olhos no infinito dos seus e não sei se me acho ou me perco,
te conto dos sonhos te lembro de que ainda não somos
que iremos e faremos, mais ainda não.
Por que não crer se em meio a tanta descrença já existimos
por que desistir se não ha nada a perder
Na distancia do toque não temos escolha
derrame em sua graça meu beijos guardados
Passado é passado, e teremos a gloria
Me troco por nada pra ser teu tesouro
Mar de pessoas que separam os loucos
da musica perdida, do livro do outro
Parte encontrada no fundo do poço
Sei de mais nada, e tenho certeza
dos porquês da estrada e de certa aspereza
o primeiro e o segundo depois do terceiro
sem medo do fim, pois estamos no começo.
O amanhã é um sonho que resolvi acreditar e se torou realidade.

domingo, 19 de junho de 2016

Assassinos

Qual sonho você quer matar hoje?
Por quem faria desistir teus pensamentos
no convívio da alma, que deveria agregar
não somos mais que um para sermos negados
e inclusivo por terceiros ao desejo alheio
o sacrifício não se vem ao acaso de duas partes
e soma ao que poderia vir de melhor
não pegue os cacos deixados para trás 
faça algo por teu mérito e sobreviva ao perclusos
podemos contar entre os vales que a junção é mais forte
aos que imperam em cancelar o ego por isso se mata
caminhe comigo, não ampute meus pés
te faço sorrir se deixar
no passeio da tarde te faço sonhar
me leve no vento 
me beije de leve
perfume no ar e comida da mesa
ainda te busco na frase sem jeito
não queime o que quero, por não te agradar
se podíamos ter sido já na sei opinar
só não mate a mim mesmo pra poder me amar...

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Rua 7

De tanto buscar onde não estava
acordo ao lado de tantos sonhos
parte de algo que brilha ao meu lado
um tanto de coisas que foi se perdendo
uma parte de vida que se escondia no criado mudo
No mundo que me criou por partes
Mecanismo perfeito de fatos
onde estava o que era e ficou na esquina
mão colada no asfalto frio de sereno
mortes de coisas mortas
fonte de nostálgico nascimento
o que tem de lá a dó se não meu eu
canto, onde só cabia cortes
em gotas que escorrem ao lado da taça
ao bolso vazio e alma repleta
na corte dos bobos assumidos sou rei
até o sol queimar as provocações
o estilo se vai 
na marcha que sobe e segura
eu parto em todos enfim, em um.
Em mim.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Eu me lembro...

E lá estava eu, não mais que inconsciente diante do pressão que teu olhar me causava, por dias havia imaginado o quão magico poderia ser esse momento. Teria então como explicar o calor que tão pouco conhecia? Pensei então nas pradarias onde jamais corri, e das flores que jamais havia sentido o perfume. Quem poderia me submeter a esta prova do subconsciente se não eu mesmo? Voltei para mim já não estava estático, porem ainda era uma estatua. E se eu não saber pronunciar seu nome, antes tantas vezes cantei letra por letra no canto da sala, escritos no canto da folha, onde teu coração cruzava uma flecha meio torta, onde meu nome e o seu eram separado por uma clave de sol que em nada entonava um acorde romântico. Não sabia coordenar minhas mãos nem mesmo meu piscar, pensei que ficaria cego, que nunca mais voltaria a piscar, que dali me levariam direto pro oftalmologista com sintomas de cegueira causados pela beleza daqueles olhos que estavam logo ali na minha mira. Quando achava que passaria como despercebido, entre outros que não lembro de ter visto mais disseram que eu me fazia de difícil, meu corpo sente a vibração do ar, seus lábios se abriram e fecharam de uma forma tão lenta e segura de si, lembro de meu coração parar por dois segundos e meio, do ar circular meu pulmão, até pude sentir a terra dar uma leve feriada e você disse com sua voz de quem sabia os segredos do universo:
_ OI...

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Seu bosta

Ser copo vazio, humano copo de pinga
basta de vidas perdidas e comemorações injustas
Na maioria das mentes parasitas comuns
Pessoa largada na merda, voz que se julga razão
não passa da porta o teu ego e nem sente do próximo o amor
Ficamos pra trás depois de ontem e jogamos a sorte o agora
De tanto ver teu umbigo veras que não sofre comigo
nem perdoa o vizinho nem mesmo o amigo
Todos contra um, força na pele inquieta 
nada se basta o ato, não ouço palavras reais
enfim meio torto se perde, nas roupas que não vestem 
no ambíguo do outro na boca do próximo
Não olha no espelho não vê a si mesmo
seu inferno esta lá, nos teus olhos 
nas camas de um quarto
na prisão da alma
no fogo de palha.
que se espalha 
que ninguém apaga
e condena quem atiça.

domingo, 8 de maio de 2016

4ever

Toda vida a espera, na busca do todo
e o fim pra chamar de sempre
um todo desenhado de linhas tremulas
Passa ao lado, passo dado ao meu lado
Entre diferenças sem fim, sonhos mantidos acordados
E nenhum toque alem desse, e nenhuma boca alem dessa
Toda festa seria nossa, todo bolo teria recheio
Meu melhor enfim em jogo
ganhar diariamente, sem pausas nem receio
Mas o que esconde o amanha quando o sol ofusca
e nas frases feitas esperar
Em números maiores que zero, em trocas dispersas 
A luz que vimos de longe, a tanto faz sem medo
a tempestade aguardada, da terra molhada
coisa boa de ver
Mantemos viva a vontade, a sombra de galhos
e queira-me antes de todos as falhas
e nelas querer ainda lutar.
A quem chore nos risos e e nos faça molhar
A quem espera na rua pra nos ver corar
A quem sonha de novo 
A quem custa tentar
A um que olha sempre
e ainda deseja chegar....

sábado, 30 de abril de 2016

O Grande Príncipe I

A pele, fria estática sob o vento do sul
Marcas de um tempo que o arrepio elevava o pelos
O amor fez as malas pediu passagem
não quis voltar, fugiu de casa
Mudou-se pro campo criou suas vacas
Cultivou a terra colheu suas magoas
Correu o mundo jovem príncipe, fingiu não se importar
Tremeu, sorriu, gemeu e cantou
Fez rimas pra se lembrar que amou
Tentou nadar, se afogou, ressuscitou.
O tempo em nada colaborou, sismou em parar e negou-se contar
Pedras chutou, pedras quebrou, as pedras em nada mudaram
Ele mudou, ele se cortou, ele se quebrou, ele se concertou...
A cada passo na areia seus pés afundavam, o peso era grande
o corpo era leve, a gravidade o puxava.
Certo dia encontrei o príncipe na sala, no canto o reflexo 
O quadro sem margem, a viajem acabou.
Responda-me o que o mundo ensina a quem resolve seguir a vida?
_ "Não aprendi nada que já não sabia, 
     senti a dor,
     e a deixei passar,
     cada dia lembrava que ainda sentiria
     mais dor ao acordar,
     e de novo passaria,
     Resolvi esperar."
Não corra na praia se tem medo de mar, não coma farofa se irá engasgar.... não beije minha boca se irá me amar....

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Canção francesa

O que muda quando o corpo entorna
a pele solta e as palavras esfriam
Julgar os centimetros entre minha boca e a sua
como fardo que nunca se encosta
Um tormento viver em camas limpas
e sonhar no meu canto
Queira cantar comigo e não para outros o que alegra
e sai da corda bamba pra não cair na estrada velha
Tínhamos  um todo guardado e um tudo sem uso
e nada foi resolvido a não ser por um muro
Passo a passo de um sossego sem rumo
Palheta borrada e um pouco de húmus
Fiquei na balada da batida de fundo
Olhos que não reconheço
Toque que não reconheço
Beijo que não reconheço
Vejo que não te conheço.
Anda do lado de fora da porta sem nome
meu pé já dorme sem força nos dedos
Sentei na calçada pra ver passar a carroça
Pensei que o amor viria nas costas
do jeito que era quando eu ria nas cocegas
Não veio, nem tinha a intenção de ficar
passou no chicote e levou o ar
sobrou meus destroços como prato quebrado.
Subi no ônibus pra não mais voltar
olhei pra trás e perdi meu relógio
Notei que mesmo quebrado ainda estava a girar
tempo não se perde mais continua a passar.
De punhado em punhado terei no passado lembranças para amar.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Mais uma vez

Cadê o arco iris que tava aqui
e sol que esquentava as pernas
sonho vago de lembranças cruas
memoria rasgada do que não existia
Depois de tudo parecia historia
e a festa mesmo não sobrava horas
Mais que coquetel abusivo de loucuras prontas
da facilidade tônica  e do clamor inglório
Fazia parte de um todo torto e nem por fora
saberia as provas.
Magnetismo invisível sorteia
o mais jogado a questão premeria
o tonto e cálido foste ao chão
por mais regalo gostaste em vão
Manda ni mim, aquela teia
faz de tudo uma cadeia
morre nos braços da solidão
e joga as honras num caixão
Tanto fez que tanto faz
sobrou palpite
falto paz
Metade nem tinha sido ainda
quando o todo já tinha ido
Não fuja da pedra nem passe por cima
tenha coragem e e faça a rima
Um dia acaba, uma fase termina
As cores de agora não passam de cinzas
Se chove de novo e o sol se anuncia,
verá no horizonte as cores da vida.

sábado, 9 de abril de 2016

Prêt-à-porter

Se falássemos de tudo que está por vir
e delas não soubéssemos cada sentido oculto
teríamos então por décadas sonhos incompletos
e camadas de sombras sobre o passado escondido
dentre tantas chances desmedidas, serene nostalgia
Serão nove vezes postos a prova
querendo a verdade afim de algo próprio
tamanho fim de um sentido único
Peço que volte na calma atrofiada
pede a mim como quem solicita o obvio
e tenha em mãos o argumento decisivo
Corte afiado do metal que funde o corpo
e deflagra o tão quisto agora
e finda o temor de horas avulsas
Na parte de cima veremos o quão torpe seria o aço
e foco abaixo o frágil magnetismo que impera
Não mostre ao seu encanto o poder de seus precedentes
e confunda o meio a fim de manobrar o resultado
Por mais sorte o pano trapo ainda se torna roupa um dia
na ponta o corte, e no arremate o esboço.
Tecido fino que laça o vago
uso inútil ao que outrora aqueceu a pele
Solta o que prende as pontas e se desfaça 
Quem sabe em breve volte a ocupar uma vitrine

domingo, 3 de abril de 2016

Suicídio

Queria que fosse apenas amor
mas como ser se é mais
ou se não é
como saber o que explicar
como viver e sonhar
e não temer o que virá
Quando o seu corpo parar
e meu sangue escorrer
Pode o amor ferir tanto
que eu prefira morrer?

Equação

Como esses pensamentos podem ser algo
se nada mais pode ser dito?
A quem veja como obvio
apenas olho para o nada
sempre existiu ventos do sul
e algo mais claro no alto
pois que sejam mais vezes, por mais dias
Seremos cascalhos do terreno ao lado
lixo inerte que pra servir precisaria virar pó
Comando meus sonhos com peso das mudanças
a liberdade é tal qual meu calcanhar 
sempre em dores incessantes
Temo de existir ao som das vozes
que murmuram uma calma que não permite
e o caos do que está por vir ainda se norteia
vamos ao longo do tempo sendo armados
com foices e tramas
Marionete de quem?
sambando ao clamor do coices 
Queria que fosse contigo aquela historia
O peixe que se recusa a viver na aguá pode morrer no espaço
e nessa vida não cabe mas quem sabe em outra?
nós pedimos muito e e não sabemos onde estamos
cade meu centro, cade meu fim
começo a achar que inventei.
Minha carne se decompõe de dentro e por fora estou sorrindo
sua alma se descolore ou apenas não me pertence 
calculo mil vezes a formula de existir
quanto mais conto menos tenho
quantos anos mais para ser zero
ir alem do que pode ser dito, visto ou sentido
sem rima, sem lar, sem mar. Me afogo no ar.

sábado, 5 de março de 2016

Jardinagem

O que prende o chão sob os pés,
se não o peso da condição trágica
e os olhos que não veem a direção sedimentada
Jovens de sonhos perenes no dorso
e cansado de ter o pouco retorno
Parabéns ao tempo arrogante
chantagens são damas de copas 
e o jogo não se joga
Cascalho vem das perdas e ladrilham o caminho
Serene e complacente em vias de mão dupla
Contando uma a um os vãos que brotam mato
Erva daninha dos teus dias
Terra fútil e fértil
São torcidos por dentro a expor o inevitável
já não é questão de aceitar
Prepare o que virá como quem rega o que não nasce
verá brotar o que  deseja para podar antes que viva
Aqueles pássaros levarão as sementes para longe
E farão crescer o jardim que insiste em desdenhar
e as flores buscarão um sol para girar.