sábado, 9 de abril de 2016

Prêt-à-porter

Se falássemos de tudo que está por vir
e delas não soubéssemos cada sentido oculto
teríamos então por décadas sonhos incompletos
e camadas de sombras sobre o passado escondido
dentre tantas chances desmedidas, serene nostalgia
Serão nove vezes postos a prova
querendo a verdade afim de algo próprio
tamanho fim de um sentido único
Peço que volte na calma atrofiada
pede a mim como quem solicita o obvio
e tenha em mãos o argumento decisivo
Corte afiado do metal que funde o corpo
e deflagra o tão quisto agora
e finda o temor de horas avulsas
Na parte de cima veremos o quão torpe seria o aço
e foco abaixo o frágil magnetismo que impera
Não mostre ao seu encanto o poder de seus precedentes
e confunda o meio a fim de manobrar o resultado
Por mais sorte o pano trapo ainda se torna roupa um dia
na ponta o corte, e no arremate o esboço.
Tecido fino que laça o vago
uso inútil ao que outrora aqueceu a pele
Solta o que prende as pontas e se desfaça 
Quem sabe em breve volte a ocupar uma vitrine

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