segunda-feira, 31 de julho de 2017

Soneto Solitário

Estar só é como viajar no tempo.
Subir escadas infinitas e mergulhar na cama.
É cantar sobre seus medos .
É descobrir onde se engana.

Se encarar a cada passo, ou cada vidro emoldurado
Uma prisão que vem de dentro com grades amarelas.
É um livro que não terminei, é cansar de estar cansado
É Sentir a brisa fraca que insiste em entra pelas janelas

Ter medo e ter coragem sem saber como se usa
costurar roupas rasgadas ou rasga-las de  raiva
E ecoar como o vazio das madrugadas na sua rua 

Solidão é como escolha ou  um caminho mal tomado
É preto fosco e suco amargo
Ou talvez olhar para espelho e se sentir um pouco amado.

sábado, 29 de julho de 2017

Marinheiro

Quanto tempo em meio ao nada
sem rumo e sem parada
Poderei me encontrar ou me perder nessa jornada
Por dias, talvez anos
Por quantos mais espaços em branco
Ignorante em me levar
aos cantos que nem sei achar
Mente vaga ao infinito
Nas ondas desse caminho
que me acusa não remar
não me desdobro para tentar
Sobrevivo por sorte
se nem meu norte sei onde está
A penumbra das noites frias
nas estrelas que não sei ler
nas entrelinhas que ignorei
nos sonho amargo que faleceu
Contemplo a brisa em meu rosto
Navego por eles sem afundar
Em que mar me encontrarei
Em que porto voltarei a amar
Ergo as velas da esperança 
que ainda brancas fortes balançam
E continuo a navegar.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Quebrando espelhos

Sabe-se que da raiva todo céu se fecha
quebro meus dedos em paredes frias
a fim de sentir por entre os olhos a agonia
o que me fere não mais assobia 
ou caminha entre os dias da minha vida
A sua ida questionou a existência
as aparências e consequências
fortes influencias
Parei por aqui,
Trouxe o meu féu a boca
o veneno do meu sangue 
contaminado pelo que antes me curava
A carne fraca, o desamor, a obediência
a transparência e clarividência.
Em sua fossa cai,
Não morri mas sofri
Menti e iludi
O tempo que passo não anda
A solidão não me alcança
a vingança,
a criança,
Eu.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Zumbi

A nevoa que corre a rua pela manha é testemunha
A calma que não tenho as segundas é testemunha
O sonho recorrente te procura e me acusa
A pessoa que me olha que tem a culpa
A fome que não vem me enfraquece
O medo que só cresce denuncia
O pé que as vezes doí nunca me levam
As unhas que sobressaem fincam na carne
O sangue que as vezes vaza me dissolvem
A pressa de perder o tempo que ainda resta
O resto é tudo parte do que me move 
Agora e por todo sempre não sobrevive
A roupa que não esquenta esfria a alma
O choro me distrai do meu caminho
Não saio do lugar por minha escolha
Me enterro acima dos ossos de meu passado
E me jogo na cova vivo enquanto espero
Morro de gole em gole pois meu refluxo me impede de matar o copo.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Certezas

Algumas coisas são eternas outras apenas passam
Folhas podem manter sua cor apenas até cair de onde nasce
Pedra reformada junta musgo tanto quanto coisas bruta
Forte quem passa por tudo e se deixa levar
Calma não foi feita pra quem tem um mundo pra derrotar
A fome sempre acabou antes da janta
o meu dedo ainda doí por te escrever
coragem me deixou em meio a gerra
o peso não diminuiu com os anos
os danos sim
o medo não
a cor mudou
Sonhei com dias que poderia gritar seu nome
hoje me forço pra lembrar das letras
das cenas que foram copiadas
da cicatriz que na pele some
Fui de lá pra encontro do perdido
do perdão que nunca dei
e o trauma que me fiz
Parei na linha que criei
e sorri com as falhas que plantei.
Me encontrei nos erros que cometi
e me acertei com aqueles que estão por vir.



domingo, 16 de julho de 2017

Paciência

Como começar?
Um trecho vivido de supetão me vem a mente
Um tratado de paz inconsequente
Confiro os bolsos e ainda trago os documentos
Finjo que desgosto pra depois sorrir contente
As fases são decisivas e meio que obrigadas
Pular mais de três casas te faz ladrão
Quem rouba as vezes não tem perdão
não tem amigos
não ganha o pão
ou até ganha, e perde pela manhã.
Tô na fase desligada, debochada, insegura.
Caquinho de vários que fui um dia
por diante de novos medos e alegrias
Fracasso nem ronda perto se não tentar
Tentar nem é provável se fugir
E fujo todos os dias pra não gostar
nem amar mais vezes do que necessário
ou pretendo enganar o otário acorrentado
o traumatizado e avermelhado
Bate gostoso quando lembra que pode
Socorre as passagens que leu naquele livro
A historia, uma velha conhecida
Passada de boca para mentes vazias
Sobras e metades de tudo.
O relógio ainda anda pra frente
mesmo que eu tenha tirado a pilha.

sábado, 15 de julho de 2017

Sobre o amor

Pensa numa coisa louca,
uma coisa boba e ainda sim fundamental.
Uma arma letal, um presente e um punhal
Um punhado de coisa que não tem explicação.
Não sei o dos outros, tampouco do meu.
Nem sei se conheço ou se reconheço
ou se me conhece de alguma esquina
Eu lembro que foi, e por muito tempo foi,
mas já foi, partiu sumiu na rima sem dar um adeus
Morreu?
Talvez.
Foi tarde o coitado, já não nos dávamos bem.
E nem bem nos fazíamos
nem sexo também
ou amor, tem quem clame.
Os corretos, os que são exemplos
mas no fundo não sabem, não vivem.
Pretendo entrar nos miúdos e meados
mas a mente é dispersa e me contradiz em segundos
A se eu lembra-se 
de como era, talvez não escreveria 
o estivesse pegando e beijando, e maltratando 
e o vendo partir novamente...
Só me recordo de que ele vai, esta sempre indo
sumindo
sorrindo
iludindo
FODENDO....
mas foda-se
as vezes é preciso, despudorar o maldito
o (in)desejado... 
É como um vírus incurável
uma epidemia crônica,
uma crônica ou um versinho
um selinho
um poema 
um carinho
Ainda espero noticias, to aqui 
Se a intenção era boa eu troquei a armadura
endureci, refiz certas rachaduras
tapei o buraco
o que deixou sem cuidados
pode vir que espero
tenha calma, o sonho chama o desespero
a dor mais certa
o final trágico outra vez.
Vá se preciso for, 
me abandone de segunda à sábado
eu trabalho, eu me ocupo, eu me basto
mas volte aos domingos por favor.

domingo, 9 de julho de 2017

Super-heroi

Segredo, escondido, sozinho
Uma vida de sonhos em ruínas
a partir de deslumbres escolha e partidas,
infinitas vezes indo
aguardando o mérito
o beijo da donzela
a marcha da vitoria
O buraco do desgosto
a perder de vista, insistir na dor
amargar os lábios com o suor
acalmar o toque e fugir de si
Salvar a si mesmo e correr o risco
de ser feliz, de andar a dois
de amar.
Amar pra que?
viver e perder
sonhar e sofrer
ganhar e perder.
Por quem eu chamo no escuro
quando o ar me falta e o sono passa
e abraço vago o que me falta
Salvemos o próximo
o amigo do lado
e deixemos cair 
o que dentro não cala
mas acaba.
e o ruido cessa
e já não me resta
morrer pela causa
pelo amado
e ser esquecido em seguida
quando o outro se mostra
e eu me torno passado.


sábado, 8 de julho de 2017

Completo

Nem mais, nem menos
apenas eu
Sombra de quem fui
Projeto de quem vem
Sorte ao que passou
coisa repetida
anula a coerência
calado amargor
Tentando fugir do espelho
faceiro em seus detalhes
como um carro sem freio
Partido alto
partido ao meio
De tudo ainda resta
aqueles olhos apertados
uma fagulha iluminada
folhas secas e amareladas
assim como meus dentes
Coração vazio,
Coração livre,
Coração inteiro.
Só para mim
e quem decidir vir.

Rimas de sábado a noite

Tantos são os loucos, os soltos, os tolos
Perdidos em buscas, sonhando acordado
Temores que morrem, esperanças que nascem
em dramas locais ou em sacadas de bares
São novos, são velhos são donos da noite
Correndo ou andado em círculos sem fim
Pelos belos o gracejo o normal pouco vale
e que soma e ou se perde, nem vale, não cabe.
Me invade, dilacera 
ouve o som e aglomera
Ensurdece e engrandece egos frágeis de ombros largos
Desejado por todos e odiado por todos
num trombar e empurrar sem sair do lugar
Olhos vidrados no ar
bocas coladas em par
Damos o melhor e pior 
Caso fale de mais tem quem suma
quado falta palavras sobra musica
E seguimos ao encontro do sol 
E tragamos o embalo dos raios da lua
Ritmando o presente e fadando a amargura
certo de que nada amanhece em tua mente
e retorna depois tão vazias e frias quanto a rua.