quarta-feira, 19 de julho de 2017

Zumbi

A nevoa que corre a rua pela manha é testemunha
A calma que não tenho as segundas é testemunha
O sonho recorrente te procura e me acusa
A pessoa que me olha que tem a culpa
A fome que não vem me enfraquece
O medo que só cresce denuncia
O pé que as vezes doí nunca me levam
As unhas que sobressaem fincam na carne
O sangue que as vezes vaza me dissolvem
A pressa de perder o tempo que ainda resta
O resto é tudo parte do que me move 
Agora e por todo sempre não sobrevive
A roupa que não esquenta esfria a alma
O choro me distrai do meu caminho
Não saio do lugar por minha escolha
Me enterro acima dos ossos de meu passado
E me jogo na cova vivo enquanto espero
Morro de gole em gole pois meu refluxo me impede de matar o copo.

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