sábado, 30 de abril de 2016

O Grande Príncipe I

A pele, fria estática sob o vento do sul
Marcas de um tempo que o arrepio elevava o pelos
O amor fez as malas pediu passagem
não quis voltar, fugiu de casa
Mudou-se pro campo criou suas vacas
Cultivou a terra colheu suas magoas
Correu o mundo jovem príncipe, fingiu não se importar
Tremeu, sorriu, gemeu e cantou
Fez rimas pra se lembrar que amou
Tentou nadar, se afogou, ressuscitou.
O tempo em nada colaborou, sismou em parar e negou-se contar
Pedras chutou, pedras quebrou, as pedras em nada mudaram
Ele mudou, ele se cortou, ele se quebrou, ele se concertou...
A cada passo na areia seus pés afundavam, o peso era grande
o corpo era leve, a gravidade o puxava.
Certo dia encontrei o príncipe na sala, no canto o reflexo 
O quadro sem margem, a viajem acabou.
Responda-me o que o mundo ensina a quem resolve seguir a vida?
_ "Não aprendi nada que já não sabia, 
     senti a dor,
     e a deixei passar,
     cada dia lembrava que ainda sentiria
     mais dor ao acordar,
     e de novo passaria,
     Resolvi esperar."
Não corra na praia se tem medo de mar, não coma farofa se irá engasgar.... não beije minha boca se irá me amar....

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