terça-feira, 5 de março de 2019

Esquecer

Não é bem como estar ou permanecer
É sobre ir aos poucos sem perceber
A força que falta te joga na lama
E fé que resta que trás esperança
Um pouco de dor e angústia empregnada
um sonho perdido, outra manhã desgastada
Sorrir nem faz parte do mundo em questão
Mas que aquece o ser em seu apagão
Um dia a mais, ou outro a menos
Mais tempo corrido mas jogo perdido
Batalha diária contra inimigo invisível
Cadê o menino das moedas do chão
Se sobrou foi tão pouco, nem para o pão
Sair do profundo abismo do medo
Rever o que antes criava alegria
Por poucas bobeiras matou a folia
Nem pulo nem festa nem carnaval
O resta é confete molhado no asfalto
Nem venha dizer que e questão de tempo
O relógio parou sem dar satisfação
O bloquinho partiu sem mim
Ninguém percebeu
Pois dentro de mim o carnaval morreu
Assim como o resto que não vem ao caso
Terei que criar algo novo pra cuidar
Uma flor no terraço
Um espinho pra picar
Pra voltar a sentir o que hoje se perde
O sentido de tudo
E o porquê esquecido
No caminho perdido
Que só resta enterrar.....
Só se muda apagando a mente
E esquecendo tudo que se é
Quando o mal é o próprio ser
Ou se acaba com ele ou transforma-se.

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