quinta-feira, 29 de junho de 2017

4ever yong

Por uma breve caminhada, repito passos
Aqueles pés cresceram e apagaram as pegadas
nem o percurso é claro
fez o horizonte ser fraco
jogado fora da trilha.
Levaram ao encontro do nada
apoiado em brisas frias
no lado escuro da pista
Para azar da sorte.
Vida meia boca, palavras
Apenas palavras,
vazias,
ocas,
breu.
Que persegue o corpo
Que nega o trauma
A morte da criança
Nada evolui.
A pintura não secou,
manchou,
envelheceu,
secou.
Carne amostra não cicatriza
Passado que não passa
Memoria que não disfarça.
Tantos velórios diários,
velados por semanas
entre campos de palha
a alma enfim se espalha,
se prende
não sobe,
não vive,
não morre.
Eternidade se foi num sopro
e o peso dos dias matou o menino
Na espera dentre a densa fumaça
Ainda aperto os olhos,
nada passou
ninguém ficou.
Sozinho no canto
O pecador
O pobre
O coitado
Amargurado
Desisto.


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