segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Dormindo no ponto

Quem disse que tudo passa, não perdeu
O que aponta o cascos não sofreu
Cair nos passos tortos entre o vidro
O mundo sempre dorme
As camas se esquentam
O frio vem de fora, a dor dentro
Quem sou eu?
O que pintava o lago a noite
O sonhador do impossível
Uma criança que morreu
Não corra meu querido
Vem assim que um dia chega
Onde o nada me acompanha
Mais um tolo se fudeu
Quem dera o medo fosse embora
Aquela chuva tortuosa
O desenho e o pão de milho
Meu destino já morreu
Avante então,
A espera é longa pra quem teme
Mais um desejo sem a luta
O fracasso me rendeu
E impossível,
O imprevisto,
O esperançoso,
O meu destino,
Não foi meu, não sou eu
Nem mesmo encontro os porquês
Não tento o novo o de novo
E após perder mais outra vez
A vista é linda pra quem cai sempre de costas
O coma serve de consolo
A coisa lousa aconceteu
A desistência é eminentemente
E o meu domingo amanheceu
Nada volta, nada era, nada muda
O vazio chama, o mundo clama
Sem saber que você e eu
Nunca seremos quem dança ato
Um mundo inteiro atrás da porta
Sem meta de viver
Cadê o sentido da palavra
Quando a fala se perdeu
Apenas espere ansioso
Pelo trem que leva ao longe
O garoto que perdeu.

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