As vezes eu finjo não ver
tentando não sentir o inevitável
como sonhos recorrentes que não fazem sentido
ou um berço vazio na espera de um anjo
não queria ter falhado tantas vezes
nem mesmo ter chorado por alguns
mas nem mesmo convivendo com a graça
no solo infértil não produz
meu amigo que nem era importante
ou o todo que insiste em retornar
como foi que me deixei ser repetido
logo quando odeio tanto ser o mesmo
tento aos poucos descobrir onde me encaixo
nada tem o que atrai com paixão
ou eu não sei do que se trata tal caminho
só antes disso ainda quebro a minha caixa
e sinto as dores da maiêutica chapada
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