sábado, 13 de outubro de 2018

Por baixo de cada um

Ninguém habita minha pele,
Não sabe das dores das encruzilhadas
Dos choros ou das mancadas
Só vêem o que lhe convém.
Não vê minhas madrugadas
Minhas dores minhas moradas
Meus pés descalços
Meus dedos cortados
Meu sofrer e agonia
Só olham o sorriso falso
O bem estar conjugado
O que querer ser visto
O preciso mostras
Meu eu é pesado de mais
E tonelada de chumbo
E feito de aço
Não sou seu e é também
Se olha por cima só vê paisagem.
Não vê o chão duro  infértil
Só o que já nasceu, cresceu e nada brota
Se brota, não sei nem dizer
Queria ser espelho, refletir alegria
Mas só caio no mesmo sonar de martírio
Te convido a olhar por debaixo da mata
Dá dura folhagem do solo seco
Ver o que nasce.
Fique em meu posto e me julgue depois
Sou mais que montagem de maldade
E um pouco de dificuldade em tentar ser feliz.

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